Resumo
A cinematografia contemporânea de Eduardo Coutinho é marcada pela centralidade da entrevista como forma dramática e pelo registro do encontro presente entre o diretor e os sujeitos filmados. “Arte do presente”, na expressão de Consuelo Lins (2002), esse cinema abriga, entretanto, um projeto mais raro, mas muito denso, de escrita da história. Propomos investigá-lo a partir do cotejo entre dois documentários separados por 20 anos – Cabra marcado para morrer (1984) e Peões (2004). Eles nos permitem, em suas semelhanças e diferenças, observar as iluminações recíprocas (entre passado e presente) ensejadas pela diacronia de Coutinho, que em nossa hipótese elabora “o presente como história” (YSHAGPOUR, 2000, p. 110YSHAGPOUR, Youssef. J-L G cinéaste de la vie moderne: le poétique dans l'historique. In: GODARD, J-L.; YSHAGPOUR, Y. Arquéologie du cinéma et mémoire du siècle (dialogue). Tours: Farrago, 2000.).
Palavras-chave
Eduardo Coutinho; cinema documentário; história; Cabra marcado para morrer; Peões