Resumo
Gilbert Durand identificou um processo de retorno do mito a um primeiro plano cultural no Ocidente. A popularidade de algumas produções cinematográficas e televisivas nas últimas décadas parece confirmar que essa remitologização está em andamento e alcançou novos patamares em uma era em que a linguagem audiovisual se sobrepõe. Fundamentado no conceito durandiano de imaginário como trajeto antropológico, este artigo analisa como a série “Guerra nas Estrelas” tem contribuído para essa remitologização contemporânea. A tese aqui explorada é de que ao fazer a atualização de mitos e arquétipos fundadores para construir sua própria mitologia, “Guerra nas Estrelas” reconcilia elementos científico-tecnológicos, que ocuparam progressivamente o imaginário ocidental desde o Iluminismo, com os elementos do fantástico e do mágico, que foram relegados a um segundo plano e desvalorizados desde então.
Palavras-chave
comunicação; imaginário; arquétipo; mitologia; Guerra nas Estrelas