Este artigo mostra que a crítica literária (Benjamin, Blanchot, Gagnebin e Carone) leu a burocratização da instância paterna presente na poética de Kafka como uma neutralização da voz narrativa e toma, com a psicanálise, essa neutralização como uma manifestação da voz áfona do supereu (Lacan e Zizek). Discute as diferenças entre uma versão do pai cuja Lei se une ao desejo e, uma outra, insensata e caprichosa, que serve ao gozo. Finaliza indagando a função da literatura para o escritor tcheco
neutralização do narrador; voz áfona do supereu; ardis ficcionais