Neste trabalho, propõe-se a discussão da importância assumida pela medicalização da vida na contemporaneidade. Após breve levantamento da abordagem da violência nas principais vertentes da psicopatologia, destacam-se as consequências da operacionalização dos sistemas classificatórios promovida, sobretudo, pelo DSM, em duas vertentes: a degradação do diagnóstico a um levantamento formal de sintomas e a acentuação da correlação histórica entre psicopatia e delinquência. Considera-se que a violência é intrínseca e estruturante ao homem. Ao circunscrever a violência como patologia, inviabiliza-se qualquer resposta do sujeito acerca de seu ato e uma possível punição, entendida como necessária para o reconhecimento de um dispositivo de regulação social e sustentação da cultura.
violência; psicanálise; cultura; DSM.