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A pipa como um fé(i)tiche: passando ao largo de dicotomias1 1 Fonte de financiamento: o artigo é uma versão adaptada de um capítulo de tese de doutorado da autora financiado com bolsa Capes.

The kite as a fé(i)tiche: bypassing of dichotomies

Resumo

Operamos com o conceito de fé(i)tiche, proposto por Latour, para entender o poder de influência e aglutinação de um brinquedo milenar na relação com os humanos que o têm como um objeto de alta significação em suas biografias. Neste artigo, a palavra fetiche foi problematizada para assumir uma versão composta que se traduz, ao mesmo tempo, como fato e feitiço, objeto feito e objeto encantado, passando ao largo das dicotomias entre o que é fabricação e o que é realidade. Na busca por restaurar a integração dos todos que foram cindidos pelo pensamento moderno, opta-se por estudar os fenômenos como efeitos de cadeias cujos mediadores são investigados tendo o mesmo valor enquanto operadores de efeitos. Foram privilegiadas as narrativas de pipeiros coletadas em entrevistas, assim como contribuições encontradas na literatura, realçando o poder de encantamento do papagaio de papel como objeto sagrado que protagoniza eventos e mobiliza afetos e ações.

Palavras-chaves:
fé(i)tiche; brinquedo; pipa

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