Produção e regulação dos gases
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Regulação da composição química atmosférica (balance de CO2/ O2; Níveis de SOx). Produção de gases nas fases de decomposição da matéria orgânica. |
Bosques de manguezal, dunas fixas, resquícios de mata do tabuleiro e de mata ciliar. Cobertura vegetal introduzida através das atividades de produção de alimento, bosques e árvores de frutíferas, quintais produtivos. |
Ampliar as áreas verdes e os bosques de mata de tabuleiro e das dunas fixas desmatadas pela mineração; quintais produtivos; corredores ecológicos induzidos por consórcios das habitações unifamiliares com a integração dos quintais e demais áreas permeáveis (planejamento levando em conta as áreas de influência funcional e direta de cada projeto); substituição gradual da flora exótica por plantas nativas evidenciando os vínculos com os bosques de manguezais, dunas fixas e as lagoas e os respectivos sistemas de transição. Plantas medicinais e cobertura vegetal associadas com as florações para o cultivo de mel (meliponários com abelhas sem ferrão). Integração das comunidades tradicionais locais consolidando as práticas de manejo e proteção do solo. Incorporar nos projetos urbanísticos e demais edificações elementos “naturais” relacionados com as práticas de uso tradicional e da vida rurais desenvolvidos pelas comunidades de agricultores e pescadores. O MfV deverá contar com informações do tráfego de veículos e direção preferencial dos ventos, de modo a dimensionar projetos de ampliação (procedimentos para o licenciamento de bosques indutores dos corredores ecológicos, por exemplo) das áreas verdes voltadas para a captura dos gases produzidos pelo uso de combustíveis Fosseis. |
Regulação do clima
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Temperatura global, precipitação e processos biológicos mediadores de fenômenos climáticos locais e globais (regula o efeito estufa). |
Morfologia das dunas fixas e móveis, sistemas fluviolacustres e canais estuarinos dos rios Cocó e Pacoti: amenizam as condições climáticas locais pelas rajadas de vento direcionadas pelos canais estuarinos e os bosque de mangue, influencia no microclima, evapotranspiração e fotossíntese. |
Projetos com gestão integrada da água pluvial e que potencializem a permeabilidade do solo. Indução de bosques consorciados para amenizar o clima urbano e ampliar a circulação atmosférica integrada com a sombra das árvores; ações voltadas para planejamento urbano a longo prazo e priorizando a demanda para captura de dióxido de carbono. Vias de acesso projetadas com áreas permeáveis, verdes e acessíveis aos pedestres e integradas com as drenagens superficiais (riachos), as nascentes de água doce entre os campo de dunas e os sistemas lacustres e estuarino e demais ecossistemas localmente definidos pela presença de água e suas relações de sazonalidade com o escoamento superficial e oscilações do lençol freático (cacimbas utilizadas para as atividades de horticulturas e consumo humano nas comunidades tradicionais). Edificações unifamiliares licenciadas de acordo com a definição das estruturas edificadas e as interferências no fluxo dos ventos locais (área de influência funcional) e regionais (áreas de influência direta e indireta associadas com a verticalização da cidade se direcionando para o bairro Sabiaguaba) e insolação de modo a ampliar o conforto térmico. Potencializar a evapotranspiração aliada à recarga do lençol freático com áreas permeáveis arborizadas. O licenciamento de projetos arquitetônicos de centros comerciais, unidades unifamiliares, loteamentos, entre outros, quando inseridos em concepções consorciadas e análise de impactos cumulativos, deverão ser potencializados e, para isso, incentivados pelos índices do MfV. |
Suplemento de água e regulação hídrica
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Armazenamento e retenção da água (dinâmica dos aquíferos e reservatórios). Conjunto de aquíferos associados aos componentes morfológicos do sistema costeiro. |
As dunas fixas e móveis do PNMDS proporcionam as interconexões com os aquíferos dunar e tabuleiro litorâneo.Fluxo subterrâneo de água doce na direção dos vales estuarinos e lagoas costeiras. Sazonalidade expressa localmente pela dinâmica do lençol freático, originando as lagoas. Relações de subsistência com a agricultura, coleta de castanha e pesca. |
As edificações unifamiliares e loteamento, as vias de acesso e demais obras de infraestrutura com sistemas armazenadores e distribuidores da água pluvial. Rede de drenagem pluvial integrada aos bosques de modo a potencializar a utilização de suplemento de água e recarga do lençol freático. Ampliar a qualidade e quantidade das reservas estratégicas de água superficial e subterrânea. Desestimular a implantação de indústrias e demais equipamentos que possam contaminar a água (postos de gasolina, lavajatos, entre outros). Os poços para obtenção de água subterrânea deverão ser licenciados de acordo com o potencial hídrico e índices de permeabilidade de seus projetos executivos (índices do MfV relacionados com a qualidade da água subterrânea, sistema de tratamento dos efluentes e reuso da água). Estimular o licenciamento integrado de acordo com consórcios de residências e demais edificação para ampliar as áreas permeáveis e, desta forma, elevar o potencial hídrico subterrâneo. Índice integrado com as ações públicas e privadas voltadas para a recuperação e ampliação da mata ciliar, ordenamento das APPs evidenciando os corredores ecológicos (ver figura 8) e bosques consorciados através das edificações unifamiliares, centros comerciais, loteamentos, vias de acesso. O MfV deverá estimular a inserção de equipamentos e tecnologias nos projetos arquitetônicos e urbanísticos de modo a potencializar a segurança hídrico com práticas individuais e coletivas de reuso da água proveniente dos aquíferos e da coleta pluvial através de cisternas (índices que direcionam o processo de licenciamento para efetivação dos projetos urbanísticos e arquitetônicos com gestão integrada dos recursos hídricos). |
Controle da erosão e retenção de sedimentos; formação do solo; ciclagem de nutrientes: proteção da costa contra extremos (climáticos, deslizamentos, enchentes).
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Amortecimento e integridade das respostas ecossistêmicas, associadas às flutuações ambientais; capacitância. Evolução pedológica relacionada com a dinâmica de aporte e distribuição de sedimentos provenientes da bacia hidrográfica e dos demais fluxos de matéria e energia definidos na planície costeira. |
Dunas móveis e fixas, terraços marinhos, rochas de praia: conjunto de componentes integrados com a evolução dos bancos de areia, produção e distribuição de sedimentos areno-argilosos e dinâmica espaçotemporal da cobertura vegetal. |
O MfV deverá levar em conta ampliação dos espaços verdes individuais e coletivos que minimizem o escoamento superficial nas áreas edificáveis. Inserção dos projetos à reciclagem (principalmente dos materiais de construção) para potencializar implementos da qualidade do solo com adubos orgânicos e não utilização de agrotóxicos. Vincular os índices com os fluxos superficiais e as áreas urbanas (funções relacionadas com gestão dos recursos hídricos e permeabilidade do solo projetadas para os empreendimentos). Projeto arquitetônico com conceitos de permacultura e incorporados nas zonas permaculturais definidas no Plano de Manejo. Os empreendimentos deverão levar em conta a permanência e induzir os fluxos de matéria e energia responsáveis pelo aumento de sedimentos ao longo da linha de costa. Com isso, integrar a elaboração dos índices com as demais ações voltadas para a regulação do escoamento superficial e infiltração da água pluvial. Os projeto deverão utilizar de tecnologias e integrados a procedimentos urbanísticos para minimizar a erosão do solo. Os corredores ecológicos deverão ser instituídos evidenciando o potencial regulador dos extremos climáticos do ecossistema manguezal, com ações de médio a longo prazo voltadas para recuperação das áreas de manguezal degradadas e da mata ciliar das lagoas (Precabura, Sapiranga e Gereberaba). Inserir alternativas para os projetos urbanísticos voltadas para fixação de N, P e outros elementos do ciclo de nutrientes (sustentação dos corredores ecológicos edificados, de forma consorciada). Concepção dos projetos de modo a não afetar a qualidade de vida e os ecossistemas de usufruto das comunidades tradicionais de pescadores e agricultores. Os índices do MfV deverão caracterizar projetos arquitetônicos integrado com concepção urbanística de áreas verdes integradas com os sistemas naturais e suas respectivas composições de paisagem, as quais estão inseridas nos sistemas hídricos (bacias hidrográficas) e complexo litorâneo (planície costeira) regionais. |
Produção primária; recurso genético; controle biológico; polinização; refúgio de vida silvestre; dissipador de matéria e energia
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Regulação da dinâmica trófica de populações. |
Integração dos fluxos de matéria e energia potencializada pela instituição das UCs. |
Um conjunto de ações vinculadas à agroecologia, quintais produtivos, hortas orgânicas também incorporadas nos projeto executivos dos equipamentos unifamiliares, pousadas, hotéis e projetos urbanísticos públicos e provados. A introdução de meliponários (indutores dos fluxos gênicos) vinculados aos bosques das dunas fixas, manguezal e mata de tabuleiro e associados aos projetos de ampliação de áreas verdes com vegetação nativa (floríferas). O MfV deverá levar em conta a relação das edificações projetadas de modo a não intervir na rota das aves migratórias e demais habitats. |
Produção de alimento; soberania alimentar
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Parte da produção primária bruta transformada em alimento (peixes, moluscos) com as atividades de pesca e agricultura de subsistência. Sistemas ambientais preservados pelas UCs de Sabiaguaba e responsáveis pela qualidade socioambiental da zona costeira e áreas continentais. |
Atividades humanas inseridas na complexa cadeia alimentar que envolve localmente os estuários, lagoas, praias, tabuleiro pré-litorâneo. |
As atividades relacionadas com o uso do solo para produção de alimento deverão ser também reguladas pelo licenciamento através do MfV. Os índices deverão iniciar com os procedimentos para correção da qualidade do solo com implementos orgânicos, reuso da água, reciclagem de implementos e nutrientes e a não utilização de agrotóxicos. O controle dos alimentos (hortaliças, frutos e plantio de vazantes na comunidade de Gereberaba), poderá evidenciar o MfV como indutor da qualidade, incorporando valor socioambiental e potencializando a comercialização no bairro e nas pousadas e hotéis da APA de Sabiaguaba. A disponibilidade da água (poços e cacimbas e das lagoas e estuários) e sua qualidade (tratamento dos efluentes, permeabilização do solo, áreas de recarga do aquifero, armazenamento e reaproveitamento da água pluvial, entre outras), farão parte dos projetos arquitetônicos e vias de acesso a serem licenciadas e de modo a atender as exigências do MfV. |
Recreação e cultura
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Oportunidades para atividades recreacionais (ecoturismo, pesca esportiva e outras atividades ao ar livre). Atividades não comerciais (estéticas, artísticas, educacionais, espirituais) e valor científico dos ecossistemas. |
Atividades de lazer, educação ambiental e patrimonial com as escolas públicas e privadas. Valores simbólicos relacionados aos demais usos tradicionais. Base do modo de vida das comunidades litorâneas. Atividades ancestrais associadas aos apetrechos de pesca. Bairro Ecológico |
As áreas verdes, comunidades e vilas, modo de vida comunitário inserido na dinâmica arquitetônica e nos programas e projetos urbanísticos integrados, de forma equitativa, para potencializar as funções ambientais dos sistemas inseridos na dinâmica urbana e periurbana. A diversidade de instrumentos e técnicas originadas do conhecimento popular (adubação do solo, gestão da água nas hortaliças, cultivo de árvores frutíferas, pesca e mariscagem, entre outras), as formas de gestão da agricultura familiar, os quintais produtivos e os procedimentos vinculados ao zoneamento permacultural, deverão inserir-se como indicadores de qualidade dos projetos arquitetônicos e obras de infraestrutura a serem licenciados. O MfV deverá priorizar a qualidade dos espaços públicos e suas conexões com as áreas verdes, os corredores ecológicos e os consórcios de edificações unifamiliares ao logo das ruas e quadras inseridas na APA. A concepção do bairro ecológico deverá contar com instrumentos eficazes no processo de licenciamento, desta forma, cada licenciamento deverá compor um banco de dados para análise cumulativa das intervenções, de modo a dimensionar os diversos indicadores relacionados à aplicação do MfV: densidade habitacional, fluxo de pessoas e veículos, impermeabilização do solo, recarga dos aquíferos ampliação das áreas verdes, ruídos, qualidade do ar e da água e demais indicadores definidos no Plano de Manejo. |
Amortecimento das consequências previstas pelo aquecimento global
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Funções e serviços atribuídos pelo IPCC: ações preventivas e corretivas para construção de um Bairro Ecológico. Conjunto de ações públicas e privadas direcionadas à manutenção da resiliência dos sistemas ambientais com a diversidade de intervenções humanas existentes e planejadas. |
Funções ambientais locais, regionais e globais relacionadas ao amortecimento dos efeitos projetados pelo aumento da temperatura média e subida do nível do mar (erosão costeira, incremento dos extremos climáticos, salinização do lençol freático e mudanças na dinâmica de produção e distribuição de nutrientes, entre outros). |
O MfV deverá introduzir, em seu conjunto e com rebatimento em um território em fase de ampliação das áreas urbanas, um detalhado inventário dos componentes ambientais. E que parte dos elementos a serem desenvolvidos (listados à continuação) deverão ser utilizados como critérios para vincular o MfV com a dinâmica ambiental (espaçotemporal) dos fluxos de matéria e energia inseridos no Parque e APA de Sabiaguaba: i) fase de ampliação do banco de dados (imagens de satélite de detalhe e atualizadas, estudos da fauna e flora, qualidade da água, microclima e conforto térmico; ii) equipe interdisciplinar para elaboração dos índices do MfV envolvendo as universidades, Resilience Centre, representações das instituições públicas e provadas; fase inserida na gestão das UCs com acompanhamento do Comitê Gestor e; iii) normatização, monitoramento, prognósticos e divulgação dos resultados com a aplicação do MfV: informes detalhados dos valores atribuídos a cada um dos índices formulados para o MfV, oficinas para detalhamento institucional dos critérios e índices definidos para a formulação do MfV para os projetos a serem licenciados na APA, monitoramento das atividades licenciadas para ajustes metodológicos e técnicos dos índices, avanço metodológico para aplicação do MfV na cidade de Fortaleza (gradação do processo de aplicação do MfV desde as edificações, áreas verdes, bosques, bairro, cidade, região metropolitana). |