Este artigo topicaliza os usos sociais da escrita, ancorando-se nas teorizações dos estudos do letramento. Seu objetivo é descrever práticas e eventos de letramento vivenciados por um grupo de crianças residentes em um bairro de vulnerabilidade social, identificando concepções sobre a escrita na escola e depreendendo implicações de aprendizagem, no que diz respeito à formação dos alunos, decorrentes de similaridades ou diferenças entre tais práticas. Os resultados sugerem que haja uma flagrante ausência de escrita na ambientação escolar e nas aulas dessa classe, muitas vezes motivada pelas condições de a(na)lfabetismo dos alunos e, possivelmente, na origem, por uma tácita naturalização da não aprendizagem que tende a caracterizar espaços de vulnerabilidade social como esse.
Modelos autônomo e ideológico de letramento; práticas e eventos de letramento