Resumo:
A partir da análise dos romances de Ricardo Lísias e da sua produção autocrítica, este trabalho busca entender algumas relações entre a literatura de autoficção e a publicização do sujeito autor imerso no universo midiático. Partindo de uma revisão bibliográfica que conceitua os objetos aqui circunscritos e de uma apreciação anterior sobre a produção literária de jovens escritores brasileiros selecionados pela revista Granta em 2012, estreitamos nossa focalização no movimento do romancista em direção à escrita de si e à autorreferência. Nesse sentido, analisamos e contextualizamos a modalidade de escritura denominada autoficção, especialmente no que tange às aproximações entre as instâncias do narrador e do autor e entre biografemas e ficção (FIGUEIREDO, 2013FIGUEIREDO, Eurídice. Mulheres no espelho: autobiografia, ficção, autoficção. Rio de Janeiro: Eduerj, 2013.; KLINGER, 2012KLINGER, Diana. Escritas de si, escritas do outro: o retorno do autor e a virada etnográfica. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2012.), e evocamos estudos da Sociologia e da Comunicação de modo a caracterizar a sociedade da qual emerge o corpus deste estudo (LIPOVESTKY, 2004LIPOVETSKY, Gilles. Os tempos hipermodernos. São Paulo: Barcarolla, 2004.; SANTAELLA, 2012). A partir desse contexto, investigamos as obras literárias – O céu dos suicidas (2012), Divórcio (2013) e Delegado Tobias (2014) – e as narrativas midiáticas de Ricardo Lísias e identificamos nelas estratégias da publicidade.
Palavras-chave:
Autoficção; Literatura contemporânea; Hipermodernidade; Ricardo Lísias