Resumo:
O escritor Rui Zink, em uma “Nota do autor” inserida ao final do romance O Destino Turístico, explica que pretende criar uma “tetralogia sobre a crise”, composta por três romances e um livro de contos – O Destino Turístico (2008), A Instalação do Medo (2012), A Metamorfose e Outras Formosas Morfoses (2014) e Osso (2015). Efetivamente, a crise é o cerne dessas narrativas e une-se à temática da violência, do terrorismo e do medo, dando eco a problemas da Europa contemporânea. A ficção, portanto, mimetiza facetas do mundo empírico, e Rui Zink, por meio de enredos alegóricos e irônicos, desenha a condição humana contemporânea – desesperada, assustada e cruel. Aceitando a proposta do autor como chave de leitura (e não como aspecto limitador da análise), este artigo dedica-se ao estudo de tais obras (especificamente os romances) para mapear o signo da crise, utilizando algumas proposições de Zygmunt Bauman (2008BAUMAN, Zygmunt. Medo Líquido. Tradução de Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2008., 2014BAUMAN, Zygmunt; DONSKIS, Leonidas. Cegueira moral: a perda da sensibilidade na modernidade líquida. Tradução de Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2014.).
Palavras-chave:
Romance português; Crise; Contemporaneidade