Resumo:
Nosso objetivo, neste artigo, é propor uma análise discursiva de texto produzido por docente do Cefet/RJ, que deflagrou polêmica nas redes sociais. O depoimento da professora, que viralizou nas redes sociais, sobre experiência com alunos cotistas do Ensino Médio, em um primeiro momento, foi acolhido como um relato emocionado e emocionante, resultado de postura “empática e generosa”. Posteriormente, entretanto, ao ser “republicado”, passou a ser lido como fruto do racismo estruturante que organiza as relações sociais no país e sua autora vista como uma pessoa racista. Com foco na materialidade do discurso e seus efeitos de produção de subjetividade e em uma dada qualidade de real(idade) (ROCHA, 2006ROCHA, Décio. Representação e intervenção: produção de subjetividade na linguagem. Gragoatá (UFF), v. 21, p. 355-372, 2006.), buscamos problematizar sentidos que se constroem na tensão entre discursos racistas e antirracistas na contemporaneidade na construção de um ethos (MAINGUENEAU, 1997MAINGUENEAU, Dominique. Novas tendências em análise do discurso. 3. ed. Campinas, São Paulo: Pontes; Editora da UNICAMP, 1997., 2006MAINGUENEAU, Dominique. Cenas da enunciação. Curitiba: Criar Edições, 2006., 2006MAINGUENEAU, Dominique. Cenas da enunciação. Curitiba: Criar Edições, 2006., 2008MAINGUENEAU, Dominique. Gênese dos discursos. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.) de professora que aponta para uma figura salvadora.
Palavras-chave:
ethos; racismo; mídia; alunos-cotistas; Cefet/RJ