A questão do espaço físico nos estudos organizacionais é um assunto geralmente negligenciado. O espaço é, no mais da vezes, tomado como um elemento neutro no processo organizacional e no processo de trabalho. No mundo da prática organizacional há, nos dias de hoje, uma febre de implementação de escritórios abertos. Os defensores deste tipo de escritório argumentam que eles propiciam uma maior integração entre as pessoas, um aumento significativo dos fluxos de informação, da participação, da autonomia e da liberdade dos empregados. Entretanto, algumas análises mostram que a realidade não é tão bela quanto se tem propagado. Este artigo analisa a implementação de espaços abertos de forma crítica, discutindo um estudo de caso brasileiro e utilizando-se das idéias do pensador Michel Foucault para ajudar na interpretação e reflexão sobre o fenômeno.