Este artigo objetiva discutir a aplicação da noção de competências em sistemas de gestão de pessoas, problematizando se esse modo de gerir traz de volta o trabalho ao trabalhador, valorizando seus saberes. Para tal, discute o trabalho como fundante da práxis social, aspectos da sua posição no sistema capitalista de produção e sua relação com a noção de competências. O estudo aplicado foi realizado em uma indústria de alimentos de grande porte por meio de uma pesquisa qualitativa, documental e com entrevistas. Observou-se, não definitivamente, que o processo de entrega derivado dessa forma de gestão pode produzir um engajamento individual que, mesmo superando a fragmentação, afasta ainda o trabalhador de uma percepção de autor coletivo e de ser pertencente a uma classe social. Pode-se afirmar que enseja um trabalho menos alienado no processo e mais abstrato na relação social.
Trabalho; Competências; Relações do trabalho; Gestão; Pessoas