Objetividade |
Definição do método da pesquisa que possibilita a sua replicação. |
As ações repetidas que se tornam um hábito e estabelecem um protocolo de tipificação, permitindo o compartilhamento por mais de um indivíduo, possibilitam a constituição de uma tipificação recíproca. Na condição de mundo objetivo, as formações sociais são passíveis de transmissão para um novo agrupamento ou geração. |
Objetivação |
Publicação dos dados da pesquisa. |
A exteriorização da produção, pelo homem, é uma atividade que adquire o caráter de objetividade e entendida como um processo denominado de objetivação. |
Linguagem |
O livro ou artigo científico se caracteriza como linguagem. |
No contexto da sociedade, a sedimentação é social na medida em que se pode repetir a objetivação das experiências compartilhadas por meio da linguagem que assume o status de base e instrumento do acervo coletivo do conhecimento. A linguagem é que possibilita a objetivação de novas experiências, que se consubstanciam ao estoque de conhecimento existente. A linguagem é elemento de elaboração e de disseminação nos processos de legitimação. |
Instituição |
A publicação dos resultados das pesquisas e a respectiva interpretação desses como válidos. |
A formação do hábito pelo ser humano possibilita o estabelecimento de sua institucionalização. Para tanto, é necessário que os indivíduos envolvidos compartilhem o caráter típico das ações. Um conjunto de atores exercendo ações típicas e de rotina caracteriza uma tipificação, que, por sua vez, estabelece uma instituição. As instituições se configuram como um conjunto articulado de ideias, normas, valores e sentimentos socialmente estabelecidos que orientam as ações em campos específicos da conduta humana. |
Institucionalização |
A citação do resultado das pesquisas por outros pesquisadores. |
A repetição de uma mesma atividade tende a estabelecer um padrão de ação que pode ser apreendido e reproduzido por outros. Essa repetição possibilita a formação do hábito que fornece direção e especialização para o homem realizar suas atividades. A formação do hábito se torna um pré-requisito do processo de institucionalização de um único indivíduo ou um grupo social. |
Papéis |
Pesquisadores gerando conhecimento. |
A atuação de atores junto ao acervo objetivado de conhecimentos, comum a uma rede social, se desenvolve por meio dos papéis que exercem. Os papéis protagonizados pelos indivíduos estabelecem uma tipologia, condição essa necessária para a institucionalização da conduta, pois as instituições apropriam-se da experiência do indivíduo, por meio dos papéis que desempenham. |
Legitimação |
A citação do resultado das pesquisas por pesquisadores diferentes aos da instituição que institucionalizou o conhecimento. |
A legitimação é a transmissão do mundo institucional de uma geração para outra. Nesse contexto, o padrão de controle estabelecido por uma geração é incorporado pela geração seguinte, diante da possibilidade de explicação e justificação. Para Berger e Luckmann (2008, p. 28)BERGER, P.; LUCKMANN, T. A construção social da realidade: tratado de sociologia do conhecimento. 28. ed. Petrópolis: Vozes, 2008., a "[...] legitimação é este processo de explicação e justificação". Um aspecto importante da legitimação é que ela não se restringe à transmissão de valores, pois, ao justificar uma ordem institucional, ela envolve também a transmissão do conhecimento. As teorias emanam como fruto do processo de legitimação e pertencentes ao contexto histórico de uma sociedade. |
Ordem institucional |
Campo científico |
As ações de um indivíduo e de outros que compõem um conjunto social de forma tipificada possibilitam originar uma ordem institucional. Com base em uma ordem institucional, uma ação, bem como o seu sentido, podem ser apreendidos por qualquer indivíduo pertencente à sua base social. O conjunto de teorias legitimadoras existentes se estabelece como integrante desse mundo, no qual o universo simbólico inclui a ordem institucional. |
Universo simbólico |
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A concepção do universo simbólico emana como a matriz de todos os significados, socialmente objetivados e subjetivamente reais. A consolidação dos universos simbólicos demanda os processos de objetivação, de sedimentação e de acumulação do conhecimento, caracterizando-se, assim, como um produto social que tem uma história. Sob uma perspectiva cognoscitiva, o universo simbólico é teórico. É no universo simbólico que deve ocorrer a legitimação da ordem institucional, na medida em que essa estabeleça um todo dotado de sentido. |