1.1 Econômica-evolucionária: Em uma combinação desse tipo, reforçam-se as decisões tomadas anteriormente, sem cogitar uma mudança de sentido. Com isso, as decisões focadas apenas em lucro, como no caso das abordagens extremistas econômicas, não seriam questionadas, apenas se reforçaria a ideia de buscar o lucro em detrimento de outros interesses e voltando-se para o curto prazo. |
Esse tipo de combinação não pode, sequer, ser considerada uma orientação para a sustentabilidade, já que estaria voltada ao curto prazo e apenas a um dos pilares, no caso, o econômico. Uma organização com esse tipo de orientação pode trazer sérios danos ao meio ambiente e à sociedade. Não questionando os seus meios de produção nem as externalidades causadas por seus detritos, esse é o tipo de empresa que pode trazer sérios desastres ambientais ou acidentes vitimando pessoas, já que, ao tomar uma decisão apenas pensando no lucro, pode não prever os riscos de suas ações ou até mesmo correr o risco por considerar que pode tirar uma vantagem econômica muito maior. Esse tipo de empresa somente adotaria a sustentabilidade de maneira superficial, buscando tirar proveito da imagem que ser sustentável pode trazer, porém esse tipo de orientação não se sustenta em longo prazo. |
1.2 Econômica-relacional: Ao considerar a perspectiva relacional, essa abordagem econômica leva em conta os outros pilares, porém priorizando os ganhos financeiros de curto e médio prazos. |
Isso significa que, em uma análise de trade-offs, os pilares ambientais e sociais estariam sempre em segundo plano. O econômico ainda prevalece, com isso não suportaria decisões que exigissem um prazo maior para trazer retornos financeiros. Esse tipo de combinação não consegue trazer grandes avanços no que diz respeito à sustentabilidade em uma organização, porém pode trazer menos riscos do que a primeira combinação, pois, ainda que priorize o econômico, leva em conta as consequências para o meio ambiente e a sociedade. |
1.3 Econômica-temporal: Considerando a perspectiva temporal, analisa as narrativas em curso, avaliando as decisões considerando o médio e o longo prazos, porém irá reforçar as decisões que priorizem o econômico. |
Esse tipo de combinação é pouco provável, já que normalmente uma organização que leva em conta as questões temporais e espaciais não fica pautada apenas no âmbito econômico. Porém, ao considerar essa possibilidade, entende-se que essa combinação leve em conta as consequências que suas decisões podem trazer em longo prazo, evitando, assim, maiores riscos e danos à sociedade, incluindo danos às gerações futuras. No entanto, poderia haver melhores avanços para a sustentabilidade se, ao considerar trade-offs, não se priorizasse sempre o econômico. |
2.1 Ambiental-evolucionária: Essa combinação reforça as decisões anteriores, priorizando a preservação ambiental, e não leva em conta os outros pilares. |
Esse tipo de combinação está preocupada apenas com questões ecológicas, não levando em conta os outros pilares, especialmente não se preocupando com problemas relacionados ao social (pobreza, miséria, qualidade de vida). Não é um tipo de combinação que pode servir de orientação para a sustentabilidade. |
2.2 Ambiental-relacional: Essa combinação leva em conta outros pilares, porém, em uma perspectiva de curto e médio prazos e voltando-se a priorizar o ambiental. |
Combinações desse tipo, apesar de avaliar os outros pilares, ainda estão muito preocupadas em resolver as questões ambientais e, com isso, em uma avaliação de trade-offs, os investimentos estariam voltados para resolver problemas ambientais prioritariamente, sacrificando, na maioria das vezes, as questões sociais. |
2.3 Ambiental-temporal: Essa combinação considera a dimensão temporal, avaliando as consequências de decisões em longo prazo, todavia priorizando o ambiental. |
Esse tipo de combinação pode trazer avaliações importantes sobre as consequências que as ações humanas podem trazer para o meio ambiente em longo prazo. Porém, como prioriza o ambiental, não consegue avançar para uma orientação de sustentabilidade sistêmica, avaliando e considerando também as dimensões econômicas e sociais. |
3.1 Integrativa-evolucionária: Essa combinação, apesar de considerar os três pilares, ainda toma as decisões dependendo da trajetória assumida anteriormente e está voltada ao curto e ao médio prazos. |
Esse tipo de combinação pode trazer alguns avanços na busca da sustentabilidade, já que, ao tomar decisões, avalia as consequências para os três pilares, porém não consegue avançar muito, pois está preso nas decisões assumidas anteriormente. Não existe uma mudança de sentido quando necessário. |
3.2 Integrativa-relacional: Essa combinação considera os três pilares, suas inter-relações, porém ainda não existe uma preocupação com as consequências espaço-temporais. |
É uma combinação que pode trazer grandes avanços em relação à busca da sustentabilidade, já que existe uma articulação entre vários atores (consumidores, produtores, reguladores, responsáveis por políticas públicas etc.). Aqui não estão mais dependentes de decisões assumidas, mas criam novos caminhos e estratégias de maneira coletiva, por meio de redes formais e associações, assumindo distintos papéis, algumas vezes conflitantes, mas com o mesmo intuito de buscar a sustentabilidade. Um exemplo disso são grandes corporações que, na busca da sustentabilidade, fazem alianças com ONGs voltadas para questões ambientais e sociais. Esse tipo de associação não era sequer cogitada anos atrás. Essa combinação conta com uma rede de atores envolvida na busca da sustentabilidade, enriquecendo o processo e trazendo grandes avanços para toda a sociedade. |
3.3 Integrativa-temporal: Esse tipo de combinação, além de considerar os três pilares da sustentabilidade, considera-os em diferentes escalas de tempo, levando em conta o longo prazo, e avalia os trade-offs a partir das narrativas, avaliando a possibilidade de mudança de sentido. |
Acredita-se que este seja o tipo ideal de combinação entre abordagem integrativa e perspectiva temporal, já que consegue abarcar questões complexas relacionadas a trade-offs (ambiental, econômico e social), fazendo uma análise de cada um em diferentes escalas de tempo e espaço. Uma empresa que adota esse tipo de lógica decisória não se limita a cumprir apenas a legislação, está procurando ir além, fazendo parcerias e cobrando de seus stakeholders uma postura consciente e alinhada com os princípios da sustentabilidade. Uma empresa desse tipo deixa de fazer um negócio, mesmo que seja rentável em curto prazo, se esse for trazer prejuízos ambientais ou sociais em curto e médio ou longo prazos. Por isso, acredita-se que esse tipo de combinação seria ideal quando se pensa em tomada de decisão relacionada à sustentabilidade em nas organizações. |