Organizações são construídas por sistemas verbais formados por discursos polifônicos |
Hazen (1993Hazen, M. A. (1993). Towards polyphonic organization. Journal of Organization al Change Management, 6(5), 15-26. doi:10.1108/09534819310072747 https://doi.org/10.1108/0953481931007274...
) |
A polifonia considera diferentes vozes presentes na organização como elementos de sua constituição. |
Por não discutir o que se entende nesta abordagem por textos, discursos e histórias, acaba compreendendo a organização como sinônimo de discurso, ignorando seu aspecto material. |
Organizações são vistas como comunidades discursivas |
Bragd, Christensen, Czarniawska e Tullberg (2008Bragd, A., Christensen, D., Czarniawska, B., & Tullberg, M. (2008). Discourse as the means of community creation. Scandinavian Journal of Management, 24(3), 199-208. doi:10.1016/j.scaman.2008.02.006 https://doi.org/10.1016/j.scaman.2008.02...
) |
Discurso é um recurso para criar novas comunidades discursivas, que formam organizações, identidades entre os grupos e relações de inclusão e exclusão na organização. |
Ignora o aspecto não discursivo da constituição das organizações, além de restringir a constituição da organização à interação comunicativa entre seus membros internos. |
Comunicação como Constituinte da Organização (CCO) |
Cooren, Kuhn, Cornelissen e Clark (2011Cooren, F., Kuhn, T., Cornelissen, J. P., & Clark, T. (2011). Communication, organizing and organization: An overview and introduction to the special issue. Organization Studies, 32(9), 1149-1170. doi:10.1177/0170840611410836 https://doi.org/10.1177/0170840611410836...
); Galleli e Marchiori (2015Galleli, G. M. F., & Marchiori, M. A. (2015, 13-16 de setembro). Comunicação constitutiva das organizações contemporâneas: Reflexões sobre as aproximações possíveis entre a TAC e a CCO. Trabalho apresentado no XXXIX Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração, Belo Horizonte, MG. Recuperado de http://bit.ly/2xrVDIx http://bit.ly/2xrVDIx...
); Koschmann (2013Koschmann, M. A. (2013). The communicative constitution of collective identity in interorganizational collaboration. Management Communication Quarterly, 27(1), 61-89. doi:10.1177/0893318912449314 https://doi.org/10.1177/0893318912449314...
); Leitzke e Marchiori (2015Leitzke, M. R. L., & Marchiori, M. (2015, setembro). Comunicação constitutiva: a prerrogativa do sujeito na organização. Trabalho apresentado no XXXIX Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração, Belo Horizonte, MG,.) |
Critica a visão da organização como entidade preexistente no real, ressaltando o papel performativo da comunicação na sua constituição, abarcando também aspectos não discursivos pela consideração de agentes não humanos nesse processo. |
Não supera a reificação da organização porque coloca comunicação e organização como dois polos que interagem entre si, se produzindo reciprocamente, e sua visão de que a estrutura se encontra representada na agência dos não humanos confere agência a objetos inanimados. |
Organizações são entendidas como constituídas a partir da TAC de Jürgen Habermas |
Lima, Carvalho e Lima (2010Lima, C. R. M., Carvalho, L. S., & Lima, J. R. T. (2010). Notas para uma administração discursiva das organizações. DataGramaZero, 11(6), 1-16.); Lima, Zattar e Maia (2013Lima, C. R. M., Zattar, M., & Maia, M. R. (2013, novembro). Interações mediadas pela linguagem, organizações e sociedade: Racionalidade comunicativa e integração discursiva. Trabalho apresentado no XIV Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação, Florianópolis, SC.) |
A comunicação é vista como processo central da intersecção entre o simbólico e o material na constituição organizacional e há uma crítica da visão da comunicação como instrumento ou recurso, passando a ser vista como processo de negociação de significados e elemento constituidor da organização. |
Entende que a constituição comunicativa da organização perpassa a busca por entendimento intersubjetivo, ignorando relações de poder existentes no processo de comunicação organizacional. |
Organizações são vistas como a imbricação de domínios discursivos dos quais emerge a identidade organizacional |
Taylor (2011Taylor, J. R. (2011). Organization as an (imbricated) configuring of transactions. Organization Studies, 32(9), 1273-1294. doi:10.1177/0170840611411396 https://doi.org/10.1177/0170840611411396...
) |
A organização é, em termos comunicacionais, uma configuração de práticas e uma pessoa corporativa legal cuja “voz” emerge, paradoxalmente, enquanto identidade humana, tal como ocorre com as pessoas. |
A identidade da organização como um ser quase “humano” é gerada pelas interações metaconversacionais dos membros da organização, ignorando seu aspecto ideológico e recaindo em nominalismo. |
Abordagem pós-fundacional |
Cederström e Spicer (2014Cederström, C., & Spicer, A. (2014). Discourse of the real kind: A post-foundational approach to organizational discourse analysis. Organization, 21(2), 178-205. doi:10.1177/1350508412473864 https://doi.org/10.1177/1350508412473864...
) |
Os discursos organizacionais tanto não repousam em uma base material inelutável quanto inspiram forças de afeto, estas capazes de estimular paixões acerca, por exemplo, da disseminação e consecução de práticas estratégicas nas organizações. |
Ignoram o aspecto material da constituição das organizações, substituindo-o pelo afeto, deixando de lado aspectos ideológicos e hegemônicos presentes nos discursos. |