Resumo:
Perspectivando as práticas literárias no escopo das pedagogias culturais, o presente ensaio analisa os (contra)efeitos da voz pública dos escritores - de circulação sobretudo jornalística - como vetor de um controle difuso dos modos de escrita não literários, incluindo os escolares. Na companhia teórica de Michel Foucault, argumenta-se que a literatura, quando associada a um leitmotiv pedagógico, converte-se em um aparato veridictivo-subjetivador sustentado pela discursividade em torno dos escritores, acarretando um problema político no que tange à liberdade da escrita. Por fim, advoga-se em favor de um endereçamento desimpedido ao gesto escritural, capaz de desdobrá-lo em uma miríade de efetuações possíveis.
Palavras-chave:
Literatura; Escrita; Escritores; Pedagogia Cultural; Michel Foucault