Dimensões Metodológicas e Analíticas da Extensão Universitária

Cristofoletti, Evandro Coggo; Serafim, Milena Pavan

doi:10.1590/2175-623690670

Evandro Coggo Cristofoletti

Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas/SP - Brasil

Evandro Coggo Cristofoletti é doutorando em Política Científica e Tecnológica pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Mestre em Política Científica e Tecnológica e bacharel em Gestão de Políticas Públicas pela mesma Universidade. Pesquisador do Laboratório de Estudos do Setor Público (LESP/Unicamp) e do Grupo de Análise de Política de Inovação (GAPI/Unicamp). ORCID: http://orcid.org/0000-0001-5178-6451 E-mail: evandro.coggo@gmail.com

http://orcid.org/0000-0001-5178-6451

Milena Pavan Serafim

Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas/SP - Brasil

Milena Pavan Serafim é doutora em Política Científica e Tecnológica pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) - Brasil. Professora Doutora de Administração Pública da Unicamp. Pesquisadora do Laboratório de Estudos do Setor Público (LESP/Unicamp) e do Grupo de Análise de Políticas de Inovação (GAPI/Unicamp). ORCID: http://orcid.org/0000-0002-7541-4182 E-mail: milenaps@unicamp.br

http://orcid.org/0000-0002-7541-4182

Evandro Coggo Cristofoletti é doutorando em Política Científica e Tecnológica pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Mestre em Política Científica e Tecnológica e bacharel em Gestão de Políticas Públicas pela mesma Universidade. Pesquisador do Laboratório de Estudos do Setor Público (LESP/Unicamp) e do Grupo de Análise de Política de Inovação (GAPI/Unicamp). ORCID: http://orcid.org/0000-0001-5178-6451 E-mail: evandro.coggo@gmail.com

Milena Pavan Serafim é doutora em Política Científica e Tecnológica pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) - Brasil. Professora Doutora de Administração Pública da Unicamp. Pesquisadora do Laboratório de Estudos do Setor Público (LESP/Unicamp) e do Grupo de Análise de Políticas de Inovação (GAPI/Unicamp). ORCID: http://orcid.org/0000-0002-7541-4182 E-mail: milenaps@unicamp.br

Dimensão Metodológica	Descrição da Dimensão	Dimensão Operacional
1. Quem faz a extensão	Ator (ou atores) que realizam extensão	- Identifica-se esta dimensão pelos: atores que executam, planejam, propõe, e responsabilizam-se diretamente pela atividade extensionista; - Os atores podem ser: indivíduos (docentes, estudantes); instância e órgãos universitários; instituições em geral; - Deve-se atentar a como interagem com os grupos sociais externos;
2. A quem se destina a atividade extensionista	Atores e segmentos sociais alvo ou participantes das atividades	- Identificado pelos: segmentos sociais e atores externos à universidade envolvidos; - Podem ser: indivíduos dispersos e comunidade externa em geral; empresas; estado e órgãos governamentais; movimentos sociais ou organizações da sociedade civil sem fins lucrativos; comunidades diversas (identitárias, bairros, indígenas, rurais). - Deve-se atentar, de forma geral, como estes atores participam da atividade extensionista em questão, ou seja, como são incluídos e excluídos do processo.

Dimensão Analítica	Descrição da Dimensão	Dimensão Operacional/Metodológica
3. Quais atividades materializam a extensão praticada e como ela se institucionaliza no interior da universidade	Como se operacionaliza em termos materiais e de atividades/ações, bem como a inserção institucional destas na universidade; qual o peso e relação que possuem diante das outras práticas de extensão, bem como diante do ensino e da pesquisa; qual a sistematicidade e processualidade da prática extensionista	- Identifica-se essa dimensão pela: forma de alocação e organização de recursos materiais, humanos, institucionais e financeiros; metodologia e design da atividade (programas, projetos, cursos, incubadoras, prestação de serviços, eventos, dentre outros); relação entre ensino, pesquisa e extensão das atividades; inserção institucional da atividade diante das demais práticas extensionistas; inserção institucional geral da atividade diante do contexto universitário considerado; sistematicidade, processualidade e eventualidade da atividade; - Processo de oferta e demanda: grau de ofertismo das práticas, no sentido da adequação entre a oferta e a demanda; formas de identificação das necessidades e demandas dos segmentos sociais visados; processos de ajuste entre demanda e oferta da atividade.
4. Quais objetivos da extensão e porque se faz a extensão	Motivações e objetivos em geral dos atores que a praticam (que não se relacionam, necessariamente, com o conhecimento estendido); os problemas e temáticas pelos quais a prática de extensão se interessa;	- Identificado pelas intenções de cunho mais genérico por parte dos atores e instituições que a praticam, tais como: contribuir ao desenvolvimento econômico e social, satisfazer necessidades pessoais de auxiliar segmentos sociais, altruísmo, dentre outros. Há aqui concepções políticas diversas, bem como diferentes pontos de vista sobre compromisso social da universidade.

Dimensão Analítica	Descrição da Dimensão	Dimensão Operacional/Metodológica
5. Que tipo de conhecimento é estendido/transferido/construído e como isso é realizado (metodologias e pedagogias utilizadas);	Características do conhecimento estendido - ou construído - através da atividade de extensão considerada e os objetivos em se estender o conhecimento/construído; conhecimento científico, técnico, artístico; e como a universidade se beneficia do ponto de vista científico; quais metodologia e pedagogias utilizadas.	- Caracterização do tipo de conhecimento estendido ou criado: técnicos utilitários (intervenção técnica em processos de trabalho diversos); científico compreensivo (compreensão de fenômenos sem aplicabilidade imediata); culturais (conhecimentos no campo artístico, por exemplo); qualquer combinação entre os conhecimentos levantados; - Além do tipo de conhecimento, identifica-se as metodologias utilizadas para que haja este tipo de transferência ou construção em conjunto à comunidade: metodologias participativas e dialógicas, pesquisa-ação, pesquisa participante, dentre outros.
6. Quais os impactos, "produtos" e benefícios das atividades de extensão para a comunidade externa e para a universidade	Que diferença a atividade extensionista fez na realidade das comunidades, grupos ou instituições participantes.	-Esta dimensão pode ser identificada qualitativamente (por meio de questionários, entrevistas, etnografia, dentre outros) ou quantitativamente, a depender da prática estudada. Os impactos serão muito vinculados aos objetivos, aos atores e aos tipos de conhecimentos e metodologias envolvidos no processo. Os resultados da atividade também podem ser indiretos em relação aos seus objetivos, como por exemplo o melhoramento nas relações interpessoais dos indivíduos da comunidade, dentre outros.

Dimensão Analítica	Descrição da Dimensão	Dimensão Operacional/Metodológica
7. Como as atividades são legitimadas socialmente e dentro da universidade	Valorização que determinada modalidade extensionista possuí fora e dentro dos muros universitários; além do mais, permite entender como os atores participantes buscam legitimar o que fazem;	- Identificado do discurso dos atores e segmentos sociais participantes das atividades de extensão no que se refere à justificação da importância da prática; - Identificação das formas como esse discurso circula pelo meio universitário e social (site institucional, publicações, eventos, dentre outros).
8. Função social e compromisso social da universidade	Atentar para como a universidade em que a prática de extensão estudada busca atender a demandas e a problemas sociais, isto é, decidir institucionalmente (ou em âmbito de departamentos e faculdades) com quais problemas e atores irá se relacionar.	- Identificada pelas temáticas, problemas e atores pelos quais a universidade - ou qualquer um de seus departamentos e faculdades que se relacionam com a prática de extensão estudada - se identifica institucionalmente e busca alocar esforços humanos e materiais em direção a estes. Deve-se atentar para a história da universidade.
9. Qual a inserção contextual e histórica da experiência extensionista	Contextos históricos que abarcam as práticas analisadas, e suas relações. Propõe-se que as experiências extensionistas sejam observadas dentro de um contexto e estrutura econômica, política e social mais ampla (mas que estejam diretamente relacionados à prática estudada).	- Identificado pela: trajetória histórica da atividade extensionista considerada; inserção histórica da universidade que abriga a prática de extensão; relações diretas e indiretas entre a prática e aspectos contextuais e conjunturais (economia, cultura, política, dentre outros). Aqui, incluem-se políticas públicas, leis, acontecimentos e fatos sociais, dentre outros.

[1] Evandro Coggo Cristofoletti é doutorando em Política Científica e Tecnológica pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Mestre em Política Científica e Tecnológica e bacharel em Gestão de Políticas Públicas pela mesma Universidade. Pesquisador do Laboratório de Estudos do Setor Público (LESP/Unicamp) e do Grupo de Análise de Política de Inovação (GAPI/Unicamp). ORCID: http://orcid.org/0000-0001-5178-6451 E-mail: evandro.coggo@gmail.com

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