Resumo:
Neste artigo, examinamos o romance Linden Hills, de Gloria Naylor, articulando os conceitos de neo-arquivo e a chamada neonarrativa de escravidão com a noção de arquivo proposta por Derrida (2001), e desenvolvida por autores com os quais buscamos o diálogo neste espaço (Osborne,1999; Bradley, 1999; Johnson, 2014). A narrativa contradiscursiva de Linden Hills revisita o passado, através da escavação do palimpsesto de memórias individuais e coletivas, outrora esquecidas, não identificadas, estabelecendo, assim, seu parentesco com as neonarrativas. Entendemos que o vínculo da neonarrativa de escravidão com o arquivo, por sua vez, é bastante concreto e produtivo, pois traz a lume os arquivos não-sancionados que funcionam como contranarrativas ao arquivo histórico (sobretudo, mas não somente, o da escravidão), através da articulação da história com a memória, pessoal e coletiva - questionando, desta forma, a história documentada pelo colonizador e guardada por seus arcontes oficiais.
Palavras-chave:
Gloria Naylor; Arquivos Contradiscursivos; Memória; Neonarrativa de Escravidão