Debate as funções e a importância do espaço ou do intervalo em branco no processo de alfabetização das crianças e pretende compreender seu papel como signo no processo de apropriação dos enunciados discursivos. Apresentam-se argumentos que interrogam a natureza estritamente alfabética da língua e que se contrapõem à necessidade de desenvolvimento da consciência fonológica. Defende-se o princípio de que há "um pensamento de tela" culturalmente construído por caracteres e signos, entre os quais se encontram os intervalos em branco ou espaços em branco. Duas figuras coletadas em um caderno de uma escola francesa são analisadas com o objetivo de mostrar a criação de intervalos sem que suas funções sejam percebidas. Defende-se ainda a tese de que a criança se apropria do discurso e, por essa razão, os intervalos ganham importantes funções durante o processo de conceituação das unidades discursivas
alfabetização; leitura; espaço em branco; escrita alfabética.