Este estudo teve como objetivo comparar as mudanças fonológicas decorrentes da aplicação de uma abordagem de terapia fonoaudiológica baseada em traços distintivos, utilizando dois tipos de sons-alvo (que enfatizam o contraste e que enfatizam o reforço de traços distintivos) no tratamento do desvio fonológico. A amostra foi constituída por sete crianças (quatro meninos e três meninas) com desvio fonológico, com idades entre 3 anos e 10 meses e 6 anos e 9 meses. As crianças foram classificadas de acordo com o grau do desvio fonológico e posteriormente, foram submetidas ao tratamento por meio do Modelo de Oposições Máximas Modificado. Em cada grau foram agrupados dois sujeitos, sendo que um foi tratado pelo "contraste" e o outro pelo "reforço" dos traços distintivos que apresentavam dificuldade. Somente o grau moderado-severo foi composto por apenas um sujeito. Após 20 sessões terapêuticas foram analisadas as mudanças fonológicas pré e pós-tratamento, considerando-se a forma de apresentação do estímulo ("contraste" e "reforço"). Todos os sujeitos tratados pelo "contraste" e pelo "reforço" apresentaram aumento no Percentual de Consoantes Corretas, no número de sons adquiridos e nas generalizações em seus inventários fonológicos. Verificou-se que ambos os grupos apresentaram mudanças em seus inventários fonológicos. Na análise comparativa entre os grupos foi observado que os dois grupos, tratados pelo "contraste" e pelo "reforço", demonstraram diferenças em relação aos tipos de generalizações apresentadas.
Fala; Distúrbios da fala; Transtorno da articulação; Fonoterapia; Criança