Estrutura e Conservação de um Trecho de Floresta Estacional em Piraí, RJ

Medeiros, Alexandre dos Santos; Pereira, Marcos Gervasio; Braz, Denise Monte

doi:10.1590/2179-8087.106214

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Artigos Originais • Floresta Ambient. 23 (3) • Jul-Sep 2016 • https://doi.org/10.1590/2179-8087.106214 copiar

Estrutura e Conservação de um Trecho de Floresta Estacional em Piraí, RJ

Structure and Conservation of a Stretch of Seasonal Forest in Pirai-RJ

Autoria SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS

RESUMO

O objetivo deste estudo foi a caracterização florística e estrutural de um fragmento de floresta estacional em Piraí, RJ, visando a determinação de seu estágio sucessional. O Parque Municipal da Mata do Amador (22º37’S e 43º53’W) abrange 16,4 ha, constituindo um importante remanescente florestal urbano. Foram instaladas 15 parcelas de 10 × 10 metros, sendo o diâmetro de inclusão dos indivíduos maior ou igual a 5 centímetros. Foram mensurados 176 indivíduos, reunidos em 24 famílias, 46 gêneros e 51 espécies. A família com maior riqueza foi Fabaceae, os gêneros mais abundantes foram Cupania L., Casearia Jacq e Eugenia L. e a espécie com maior valor de importância foi Sorocea bonplandii. Ficou demonstrado que a Mata do Amador apresenta diversidade considerável de espécies (H’ = 3,517 natsind^-1) e equabiliadade elevada (J’ = 0,884), sendo classificada como fragmento de floresta secundária em estágio médio de regeneração.

Palavras-chave:
Floresta Atlântica; Médio Vale do Paraíba do Sul; fitossociologia; florística; sudeste brasileiro

ESPÉCIES	AB	NI	FA	FR	DA	DR	DoA	DoR	IVI	H'	J'
Sorocea bonplandii	25	8	53,33	6,67	166,67	14,20	1,40	6,34	27,21	-0,28	0,884
Cupania oblongifolia	11	7	46,67	5,83	73,33	6,25	1,67	7,57	19,65	-0,17
Pseudopiptadenia contorta	5	4	26,67	3,33	33,33	2,84	2,06	9,34	15,52	-0,10
Astrocaryum aculeatissimum	11	6	40,00	5,00	73,33	6,25	0,74	3,37	14,62	-0,17
Swartzia langsdorffii	7	3	20,00	2,50	46,67	3,98	1,71	7,74	14,22	-0,13
Apuleia leiocarpa	2	2	13,33	1,67	13,33	1,14	2,42	10,98	13,78	-0,05
Piptadenia gonoacantha	3	3	20,00	2,50	20,00	1,70	1,86	8,43	12,64	-0,07
Mortas	9	5	33,33	4,17	60,00	5,11	0,51	2,30	11,58	-0,15
Nectandra membranacea	6	5	33,33	4,17	40,00	3,41	0,80	3,64	11,21	-0,12
Picramnia ramiflora	6	4	26,67	3,33	40,00	3,41	0,83	3,76	10,50	-0,12
Mabea fistulifera	8	3	20,00	2,50	53,33	4,55	0,42	1,92	8,97	-0,14
Astronium graveolens	5	4	26,67	3,33	33,33	2,84	0,49	2,22	8,39	-0,10
Erythroxylum pulchrum	6	3	20,00	2,50	40,00	3,41	0,34	1,56	7,46	-0,12
Siparuna guianensis	6	4	26,67	3,33	40,00	3,41	0,15	0,66	7,41	-0,12
Eugenia candolleana	4	4	26,67	3,33	26,67	2,27	0,34	1,56	7,17	-0,09
Guateria nigrescens	4	4	26,67	3,33	26,67	2,27	0,14	0,62	6,23	-0,09
Guapira opposita	3	3	20,00	2,50	20,00	1,70	0,31	1,41	5,61	-0,07
Brosimum guianense	3	3	20,00	2,50	20,00	1,70	0,24	1,08	5,28	-0,07
Miconia budlejoides	4	2	13,33	1,67	26,67	2,27	0,09	0,40	4,34	-0,09
Platypodium elegans	2	2	13,33	1,67	13,33	1,14	0,32	1,46	4,26	-0,05
Croton floribundus	1	1	6,67	0,83	6,67	0,57	0,61	2,75	4,16	-0,03
Psychotria vellosiana	4	1	6,67	0,83	26,67	2,27	0,23	1,03	4,14	-0,09
Myrcia fallax	2	2	13,33	1,67	13,33	1,14	0,21	0,96	3,77	-0,05
Tapirira guianensis	1	1	6,67	0,83	6,67	0,57	0,51	2,31	3,71	-0,03
Ficus enormis	2	2	13,33	1,67	13,33	1,14	0,19	0,84	3,65	-0,05
Casearia sylvestris	2	2	13,33	1,67	13,33	1,14	0,13	0,61	3,41	-0,05
Sparattosperma leucanthum	2	2	13,33	1,67	13,33	1,14	0,13	0,59	3,40	-0,05
Himatanthus bracteatus	2	2	13,33	1,67	13,33	1,14	0,09	0,41	3,21	-0,05
Eugenia brasiliensis	2	2	13,33	1,67	13,33	1,14	0,08	0,37	3,17	-0,05
Abarema cochliocarpos	2	2	13,33	1,67	13,33	1,14	0,07	0,31	3,12	-0,05
Senna multijuga	1	1	6,67	0,83	6,67	0,57	0,34	1,54	2,94	-0,03
Cecropia glaziovi	1	1	6,67	0,83	6,67	0,57	0,26	1,18	2,58	-0,03
Cabralea canjerana	2	1	6,67	0,83	13,33	1,14	0,13	0,59	2,56	-0,05
Marlierea sp.1	1	1	6,67	0,83	6,67	0,57	0,22	1,02	2,42	-0,03
Erythrina speciosa	1	1	6,67	0,83	6,67	0,57	0,21	0,95	2,36	-0,03
Simira sampaioana	2	1	6,67	0,83	13,33	1,14	0,03	0,16	2,13	-0,05
Cupania fluminensis	1	1	6,67	0,83	6,67	0,57	0,14	0,63	2,03	-0,03
Bathysa australis	1	1	6,67	0,83	6,67	0,57	0,12	0,55	1,96	-0,03
Pereskia grandifolia	1	1	6,67	0,83	6,67	0,57	0,11	0,49	1,89	-0,03
Casearia ulmifolia	1	1	6,67	0,83	6,67	0,57	0,08	0,37	1,77	-0,03
Aniba firmula	1	1	6,67	0,83	6,67	0,57	0,06	0,29	1,70	-0,03
Alchornea triplinervia	1	1	6,67	0,83	6,67	0,57	0,06	0,26	1,66	-0,03
Trichilia hirta	1	1	6,67	0,83	6,67	0,57	0,06	0,26	1,66	-0,03
Dalbergia frutescens	1	1	6,67	0,83	6,67	0,57	0,04	0,20	1,60	-0,03
Chomelia brasiliana	1	1	6,67	0,83	6,67	0,57	0,04	0,18	1,58	-0,03
Rutaceae sp.1	1	1	6,67	0,83	6,67	0,57	0,04	0,18	1,58	-0,03
Guarea kunthiana	1	1	6,67	0,83	6,67	0,57	0,04	0,16	1,56	-0,03
Syzygium jambos	1	1	6,67	0,83	6,67	0,57	0,03	0,15	1,55	-0,03
Schefflera morototoni	1	1	6,67	0,83	6,67	0,57	0,03	0,14	1,54	-0,03
Bauhinia forficata	1	1	6,67	0,83	6,67	0,57	0,03	0,12	1,52	-0,03
Rustia gracilis	1	1	6,67	0,83	6,67	0,57	0,02	0,11	1,51	-0,03
Lacistema sp.1	1	1	6,67	0,83	6,67	0,57	0,00	0,00	1,40	-0,03
Total	176		800,00	100,00	1173,33	100,00	22,05	100,00	300,00	-3,52

AUTOR/DATA	LOCALIDADE	UF	H'	J'
Gonzaga (2008)Gonzaga APD. Diagnóstico florístico-estrutural do componente arbóreo da floresta da Serra de São José, Tiradentes, MG, Brasil. Acta Botanica Brasilica 2008; 22(2): 505-520.	TIRADENTES	MG	4,23	0,87
Carvalho et al. (2007)Carvalho FA, Nascimento MT, Braga JMA. Estrutura e composição florística do estrato arbóreo de um remanescente de Mata Atlântica submontana no município de Rio Bonito, RJ, Brasil (Mata Rio Vermelho). Revista Árvore 2007; 31(4): 717-730.	PIEDADE DO RIO GRANDE	MG	4,42	0,85
Silva et al. (2003)Silva VF, Venturin N, Oliveira-Filho AT, Macedo RLG, Carvalho WAC, Berg EVD. Caracterização estrutural de um fragmento de floresta semidecídua no município de Ibituruna, MG. Cerne 2003; 9(1): 92-106.	IBITURUNA	MG	4,2	0,89
Botrel et al. (2000)Botrel RT, Oliveira-Filho AT, Rodrigues LA, Curi N. Influência do solo e topografia sobre as variações da composição florística e estrutura da comunidade arbóreo-arbustiva de uma floresta estacional semidecidual em Ingaí, MG. Brazilian Journal of Botany 2000; 25(2): 195-213. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-84042002000200008. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-84042002...	INGAÍ	MG	3,73	0,76
Soares (2007)Soares MS. Composição florística e estrutura fitossociológica de uma floresta estacional semidecidual em Araras, SP [dissertação]. São Carlos: Universidade Federal de São Carlos; 2007.	ARARAS	SP	3,77	-
Ivanauskas (2000)Ivanauskas NM. Florística e Fitossociologia de remanescentes de floresta estacional decidual em Piracicaba, São Paulo, Brasil. Revta brasil.Bot. 2000; 23(3): 291-304.	PIRACICABA	SP	3.00	0,7
Ivanauskas (1999)Ivanauskas NM. Fitossociologia de um trecho de Floresta Estacional Semidecidual em Itatinga, São Paulo, Brasil. Scientia Forestalis 1999; 56: 83-99.	ITATINGA	SP	3,77	0,82
Dan (2010)Dan ML. Estrutura da comunidade arbórea de fragmentos de floresta estacional estacional semidecidual na bacia hidrográfica do rio São Domingos, Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia 2010; 61(4): 749-766.	SÃO JOSÉ DE UBÁ	RJ	3,87	0,86
Dan (2010)Dan ML. Estrutura da comunidade arbórea de fragmentos de floresta estacional estacional semidecidual na bacia hidrográfica do rio São Domingos, Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia 2010; 61(4): 749-766.	SÃO JOSÉ DE UBÁ	RJ	3,63	0,85
Dan (2010)Dan ML. Estrutura da comunidade arbórea de fragmentos de floresta estacional estacional semidecidual na bacia hidrográfica do rio São Domingos, Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia 2010; 61(4): 749-766.	SÃO JOSÉ DE UBÁ	RJ	3,84	0,91
Dan (2010)Dan ML. Estrutura da comunidade arbórea de fragmentos de floresta estacional estacional semidecidual na bacia hidrográfica do rio São Domingos, Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia 2010; 61(4): 749-766.	SÃO JOSÉ DE UBÁ	RJ	3,83	0,92
Dan (2010)Dan ML. Estrutura da comunidade arbórea de fragmentos de floresta estacional estacional semidecidual na bacia hidrográfica do rio São Domingos, Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia 2010; 61(4): 749-766.	SÃO JOSÉ DE UBÁ	RJ	2,81	0,8
Dan (2010)Dan ML. Estrutura da comunidade arbórea de fragmentos de floresta estacional estacional semidecidual na bacia hidrográfica do rio São Domingos, Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia 2010; 61(4): 749-766.	SÃO JOSÉ DE UBÁ	RJ	4,6	0,87
Dan (2010)Dan ML. Estrutura da comunidade arbórea de fragmentos de floresta estacional estacional semidecidual na bacia hidrográfica do rio São Domingos, Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia 2010; 61(4): 749-766.	SÃO JOSÉ DE UBÁ	RJ	4,35	0,88
PRESENTE ESTUDO	PIRAÍ	RJ	3,57	0,884

FAMÍLIA	ESPÉCIES	GRUPO ECOLÓGICO	DISPERSÃO
ANACARDIACEAE	Astronium graveolens Jacq.	secundária	autocórica
	Tapirira guianensis Aubl.	pioneira	zoocórica
ANNONACEAE	Guateria nigrescens Mart.	clímax	zoocórica
APOCYNACEAE	Himatanthus bracteatus (A. DC.) Woodson.	secundária	autocórica
ARALIACEAE	Schefflera morototoni (Aubl.) Decne. e Planch.	si	zoocórica
ARECACEAE	Astrocaryum aculeatissimum (Schott) Burret	secundária	anemocórica
BIGNONIACEAE	Sparattosperma leucanthum (Vell.) K. Schum.	secundária	anemocórica
CACTACEAE	Pereskia grandifolia Haw.	secundária	autocórica
CECROPIACEAE	Cecropia glaziovi Snethl.	pioneira	zoocórica
ERYTHROXYLACEAE	Erythroxylum pulchrum A. St.-Hil.	secundária	zoocórica
EUPHORBIACEAE	Alchornea triplinervia (Spreng.) Müll. Arg.	pioneira	zoocórica
	Croton floribundus Spreng.	pioneira	zoocórica
	Mabea fistulifera Mart.	pioneira	zoocórica
FABACEAE	Abarema cochliocarpos Gomes Barneby e Grimes	si	zoocórica
	Apuleia leiocarpa (Vogel) J. F. Macbr.	secundária	autocórica
	Bauhinia forficata Link	secundária	zoocórica
	Dalbergia frutescens (Vell.) Britton	pioneira	zoocórica
	Erythrina speciosa Andrews	pioneira	autocórica
	Piptadenia gonoacantha (Mart.) J. F. Macbr.	pioneira	zoocórica
	Platypodium elegans Vogel	pioneira	zoocórica
	Pseudopiptadenia contorta (DC.) G. P. Lewis e M. P. Lima	secundária	zoocórica
	Senna multijuga (Rich.) Irwin e Barn.	secundária	zoocórica
	Swartzia langsdorffii Raddi	pioneira	autocórica
LACISTEMATACEAE	Lacistema sp.	(vazio)	zoocórica
LAURACEAE	Aniba firmula (Nees e Mart.) Mez	clímax	zoocórica
	Nectandra membranacea (Sw.) Griseb.	pioneira	zoocórica
MELASTOMATACEAE	Miconia budlejoides Triana	si	anemocórica
MELIACEAE	Cabralea canjerana (Vell.) Mart	si	si
	Guarea kunthiana A. Juss.	clímax	zoocórica
	Trichilia hirta L.	pioneira	zoocórica
MORACEAE	Brosimum guianense (Aubl.) Huber	si	si
	Ficus enormis (Mart. ex Miq.) Miq	secundária	si
	Sorocea bonplandii (Baill.) W. C. Burger, Lanj. e Wess. Boer	pioneira	zoocórica
MYRTACEAE	Eugenia brasiliensis Lam	pioneira	zoocórica
	Eugenia candolleana D. C.	si	si
	Marlierea sp.1	si	si
	Myrcia fallax (Rich.) DC.	si	si
	Syzygium jambos (L.) Alston. Turrialba	pioneira	autocórica
NYCTAGINACEAE	Guapira opposita (Vell.) Reitz	pioneira	anemocórica
PICRAMNIACEAE	Picramnia ramiflora Planch.	pioneira	anemocórica
RUBIACEAE	Bathysa australis (A. St.-Hil.) K. Schum.	si	si
	Chomelia brasiliana A. Rich	si	si
	Psychotria vellosiana Benth.	si	si
	Rustia gracilis K. Schum.	secundária	zoocórica
	Simira sampaioana (Standl.) Steyerm.	pioneira	autocórica
RUTACEAE	Rutaceae sp.1	pioneira	anemocórica
SALICACEAE	Casearia sylvestris Sw.	pioneira	zoocórica
	Casearia ulmifolia Vahl ex Vent	secundária	zoocórica
SAPINDACEAE	Cupania fluminensis Acev.-Rodr. Radlk.	pioneira	anemocórica
	Cupania oblongifolia Mart.	secundária	zoocórica
SIPARUNACEAE	Siparuna guianensis Aubl.	pioneira	zoocórica

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[1] Marcos Gervasio Pereira Departamento de Solos, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ, BR 465, Km 7, CEP 23897-900, Seropédica, RJ, Brasil e-mail: gervasio@ufrrj.br