Análise da Carga Física de Trabalho e Biomecânica na Construção de Telhados Com Estruturas de Madeira

Maziero, Rômulo; Fiedler, Nilton Cesar; Segundinho, Pedro Gutemberg de Alcântara; Carmo, Flávio Cipriano de Assis do

doi:10.1590/2179-8087.072114

Acessibilidade / Reportar erro

Brasil

Español English

sumário « anterior atual seguinte »

Sumário

Artigo Original, Manejo Florestal • Floresta Ambient. 25 (1) • 2018 • https://doi.org/10.1590/2179-8087.072114 copiar

Análise da Carga Física de Trabalho e Biomecânica na Construção de Telhados Com Estruturas de Madeira

Analysis of Physical Workload and Biomechanics in the Construction of Roofs in Wooden Frames

Autoria SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS

RESUMO

Com o crescimento das estruturas de madeira na construção civil, em especial na construção de telhados, surgiu nas empresas a preocupação com a qualidade de vida e segurança dos trabalhadores. A pesquisa teve como objetivo a análise da carga física de trabalho (monitor de frequência cardíaca) e postura (metodologia de MICHIGAN). O trabalho foi realizado nos municípios de Alegre, Jerônimo Monteiro e São José do Calçado, localizados no sul do Estado do Espírito Santo. Realizou-se a coleta de dados em três canteiros de obra, durante os meses de setembro de 2010 a maio de 2012, analisando-se 18 trabalhadores. Na análise da carga física de trabalho, as atividades de montagem das treliças, das terças, dos caibros e das ripas foram classificadas como pesadas, sendo necessárias pausas para descanso. As posturas dos trabalhadores levantadas na montagem das ripas são prejudiciais à saúde, demandando a adoção de medidas ergonômicas urgentes.

Palavras-chave:
ergonomia; construção civil; ambiente de trabalho

Tabela 1 Número de trabalhadores necessários para um erro admissível de 5%.

Atividade	Nº de trabalhadores
Montagem das treliças	3
Montagem das terças	3
Montagem dos contraventamentos	2
Montagem dos caibros	5
Montagem das ripas	5
Total	18

Tabela 2 Avaliação da carga física de trabalho exigida nas atividades estudadas.

Atividade	Idade média	FCR	FCT	FCL	FCM	CCV	Tr	Classificação do trabalho
Atividade	(anos)	(bpm)	(bpm)	(bpm)	(bpm)	(%)	(min/h)	Classificação do trabalho
Montagem das treliças	34	69	130	116	186	52	13	Pesado
Montagem das terças	32	71	128	118	188	48	10	Pesado
Montagem dos contraventamentos	28	70	124	119	192	44	5	Mod. Pesado
Montagem dos caibros	33	76	137	120	187	55	16	Pesado
Montagem das ripas	41	73	135	115	179	58	19	Pesado

Tabela 3 Análise biomecânica da atividade de montagem das treliças pela metodologia de MICHIGAN.

Peças: 2,00 m; 2,00 m; 5,00 m; 5,00 m *Espécie: Manilkara* spp.** ^* * ρap, 12 = 1.143 kg/m3; ρbásica = 970 kg/m3.
(Tarefa)	(Z)		(Y)		(X)
Articulação	seção / peso da treliça (cm / N)
Articulação	8,0 × 8,0 / 125,52	8,0 × 12,0 / 188,28		8,0 × 16,0 / 627,62	10,0 × 20,0 / 980,66
Cotovelo	0%	1%		18%	82%
Ombro Dorso	0% 2%	0% 9%		2% 37%	13% 69%
Coxofemural	8%	21%		49%	96%
Joelho	0%	3%		33%	97%
Tornozelo	0%	5%		46%	97%
Força de compressão no disco vertebral (N)
L₅-S₁	2361	3232		4347	6110

Tabela 4 Análise biomecânica da atividade de montagem das terças pela metodologia de MICHIGAN.

Peças: 4,00 m; 4,00 m; 5,00 m; 5,00 m *Espécie: Manilkara* spp.** ^* * ρap, 12 = 1.143 kg/m3; ρbásica = 970 kg/m3.
(Tarefa)	(Z)		(Y)		(X)
Articulação	seção / peso da terça (cm / N)
Articulação	6,0 × 12,0 / 282,43	6,0 × 16,0 / 376,57		8,0 × 16,0 / 627,62	10,0 × 20,0 / 980,66
Cotovelo	0%	0%		7%	57%
Ombro	0%	0%		0%	5%
Dorso	1%	7%		23%	63%
Coxofemural	6%	17%		34%	84%
Joelho	0%	1%		16%	83%
Tornozelo	0%	2%		26%	91%
Força de compressão no disco vertebral (N)
L₅-S₁	2218	3028		4018	5167

Tabela 5 Análise biomecânica da atividade de montagem dos contraventamentos pela metodologia de MICHIGAN.

Peças: 4,27 m; 4,27 m; 4,27 m; 4,27 m *Espécie: Manilkara* spp.** ^* * ρap, 12 = 1.143 kg/m3; ρbásica = 970 kg/m3.
(Tarefa)			(Z)		(Y)		(X)
Articulação		seção / peso do contraventamento (cm / N)
Articulação		6,0 × 5,0 / 125,62		6,0 × 8,0 / 200,99		6,0 × 12,0 / 301,49		6,0 × 16,0 / 401,99
Cotovelo		0%		0%		2%		27%
Ombro		0%		0%		0%		1%
Dorso		2%		11%		45%		81%
Coxofemural		17%		54%		83%		88%
Joelho		13%		67%		76%		84%
Tornozelo		9%		51%		72%		87%
Força de compressão no disco vertebral (N)
L₅-S₁	3058			4125		5439		7083

Tabela 6 Análise biomecânica da atividade de montagem dos caibros pela metodologia de MICHIGAN.

Peças: 4,00 m; 4,00 m; 4,00 m; 4,00 m *Espécie: Manilkara* spp*.^
(Tarefa)			(Z)		(Y)		(X)
Articulação		seção / peso do caibro (cm / N)
Articulação		6,5 × 4,0 / 101,98		5,0 × 6,0 / 117,67		6,0 × 6,0 / 141,21		5,0 × 8,0 / 156,90
Cotovelo		0%		0%		0%		1%
Ombro		0%		1%		4%		48%
Dorso		2%		4%		6%		9%
Coxofemural		29%		33%		50%		63%
Joelho		17%		82%		89%		92%
Tornozelo		21%		66%		86%		96%
Força de compressão no disco vertebral (N)
L₅-S₁	2127			2216		2649		2910

Tabela 7 Análise biomecânica da atividade de montagem das ripas pela metodologia de MICHIGAN.

Peças: 4,40 m; 4,40 m; 4,40 m; 4,40 m *Espécie: Manilkara* spp.** ^*
(Tarefa)			(Z)		(Y)		(X)
Articulação		seção / peso da ripa (cm / N)
Articulação		1,0 × 5,0 / 21,57		2,5 × 2,5 / 26,96		1,5 × 5,0 / 32,36		2,5 × 5,0 / 53,93
Cotovelo		0%		0%		7%		51%
Ombro		0%		0%		1%		5%
Dorso		1%		5%		16%		45%
Coxofemural		12%		39%		76%		71%
Joelho		1%		3%		89%		37%
Tornozelo		0%		4%		11%		33%
Força de compressão no disco vertebral (N)
L₅-S₁	3529			5012		6089		7384

Instituto de Florestas da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Rodovia BR 465 Km 7, CEP 23897-000, Tel.: (21) 2682 0558 | (21) 3787-4033 - Seropédica - RJ - Brazil
E-mail: floram@ufrrj.br

Acompanhe os números deste periódico no seu leitor de RSS

[1] *Rômulo Maziero Departamento de Ciências Florestais e da Madeira – DCFM, Centro de Ciências Agrárias e Engenharias – CCA, Universidade Federal do Espírito Santo – UFES, Av. Gov. Lindemberg, nº 316, Centro, CEP 29550-000, Jerônimo Monteiro, ES, Brasil e-mail: maziero.ufes@gmail.com