A intervenção coronária percutânea para o tratamento das oclusões crônicas tem feito progressos notáveis nos últimos anos. É essencial, em primeiro lugar, que seja feita avaliação angiográfica apropriada para se obter uma visão clara das artérias coronárias e seus ramos. Observe com detalhe o padrão, o comprimento e a direção da oclusão, a condição dos ramos laterais, o padrão de vasos distais ao segmento ocluso e a extensão da calcificação. Avalie cada uma das vias colaterais com muito cuidado e identifique o curso desde a origem até o término na parte distal do vaso ocluído. Em seguida, é fundamental a seleção de dispositivos adequados para que o sucesso do procedimento seja alcançado. A abordagem anterógrada, com a utilização de guias convencionais e microcateteres, é sempre a primeira escolha. Guias progressivamente mais rígidos podem ser necessários, assim como dispositivos e técnicas especiais. A abordagem retrógrada é indicada na falência da estratégia anterógrada, nos casos em que o ponto de entrada da oclusão não é identificado ou nos pacientes com lesões muito calcificadas. A via colateral ideal para ser utilizada nessa técnica é um ramo septal calibroso e reto, mas esse vaso ideal é raramente achado. A abordagem retrógrada é explicada em detalhes, assim como sugestões para contornar eventuais obstáculos durante o procedimento. A experiência acumulada em nosso serviço, com as diversas estratégias e o uso de dispositivos apropriados, fez com que alcançássemos na atualidade sucesso do procedimento em mais de 90% dos casos de oclusão crônica.
Oclusão coronária; Angioplastia; Stents; Angiografia coronária