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Utilidade clínica da angiografia coronária e da ressonância nuclear magnética no diagnóstico da cardiomiopatia isquêmica

INTRODUÇÃO: O diagnóstico da cardiomiopatia isquêmica é frequentemente difícil. A angiografia coronária (AC) é limitada, por ser invasiva e de avaliação exclusivamente anatômica. A ressonância nuclear magnética cardíaca (RNM) com realce tardio pelo gadolínio (RTG) pode mensurar padrões de fibrose miocárdica ocasionados pela isquemia. Porém, o RTG pode não detectar isquemia que não resultou em fibrose. Assim, uma avaliação clínica meticulosa pelo cardiologista parece ser a maneira mais eficaz para definir o diagnóstico. O objetivo deste estudo foi avaliar a AC e o RTG como métodos complementares para o diagnóstico de cardiomiopatia isquêmica em pacientes com insuficiência cardíaca sistólica sem etiologia definida. MÉTODOS: Pacientes com insuficiência cardíaca sistólica, fração de ejeção do ventrículo esquerdo < 45% e etiologia indefinida após avaliação não invasiva inicial foram submetidos à AC e à RNM com RTG para definição etiológica. A análise dos casos por dois cardiologistas foi o padrão-ouro para o diagnóstico de cardiomiopatia isquêmica. RESULTADOS: Foram incluídos 24 pacientes. A sensibilidade para detecção de cardiomiopatia isquêmica foi de 0,45 para AC vs. 0,81 do RTG. A especificidade da AC foi de 1,0 vs. 0,84 do RTG. O valor preditivo positivo foi de 1,0 vs. 0,81, e o valor preditivo negativo foi 0,68 vs. 0,84 para AC e do RTG, respectivamente. A acurácia do RTG foi superior a da AC (0,83 vs. 0,75). CONCLUSÕES: O RTG foi mais sensível do que a AC na avaliação etiológica da disfunção ventricular, enquanto a AC foi mais específica. A definição de cardiomiopatia isquêmica utilizando cada um dos métodos em separado apresentou limitações.

Isquemia miocárdica; Angiografia coronária; Imagem por ressonância magnética; Diagnóstico


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