Neste artigo pretende-se reavaliar a circulação dos conhecimentos pedagógicos no espaço franco-suíço. Metodologicamente propomos dar ênfase nas modalidades de passagem desses conhecimentos de um contexto cultural a outro, estudando os atores, os intermediários, bem como as inevitáveis transformações semânticas que, necessariamente, acompanham estes intercâmbios transnacionais. Salienta-se como os conhecimentos pedagógicos europeus, elaborados de maneira coletiva, são declinados diversamente segundo as especificidades locais. Neste sentido, trata-se de demonstrar que, ao se concretizarem as identidades, as especificidades nacionais são cada vez mais exaltadas por ocasião de exposições universais e os exotismos logo desvalorizados, até mesmo dissimulados em proveito de certo talento nacional. Neste texto procura-se contextualizar esta aparência enganosa de Sonderfälle, para pôr em evidência, de maneira vantajosa, a construção coletiva de uma pedagogia europeia mesclada.
transferências culturais; transformação semântica; circulação dos conhecimentos; história da pedagogia europeia; Ferdinand Buisson; Terceira República