Neste artigo interpretam-se discursos de engenheiros e formandos, proferidos em sessões solenes da Escola Politécnica de São Paulo entre 1899 e 1910. As fontes são analisadas à luz do desenvolvimento histórico da instituição, das referências organizacionais e simbólicas que toma das congêneres europeias e das relações dos engenheiros com a sociedade. A análise do imaginário social desse agrupamento evidencia que as instituições de ensino superior são espaços de formação e sociabilidade que instituem memórias, identidades e representações sociais que, internamente cultivadas e repetidas em suas cerimônias de colação de grau, mantêm elucidativas correspondências com a condição social objetiva e as aspirações políticas da categoria profissional que se incumbem de formar.
Escola Politécnica de São Paulo; memória; história do ensino superior