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LIVROS DIDÁTICOS COMO TEXTOS DE MEMÓRIA: NOTAS SOBRE NARRATIVAS DA IMIGRAÇÃO ALEMÃ EM LIVROS DIDÁTICOS DE HISTÓRIA REGIONAIS

LIBROS DIDÁCTICOS COMO TEXTOS DE MEMORIA: NOTAS SOBRE NARRATIVAS DE LA INMIGRACIÓN ALEMANA EN LIBROS DIDÁCTICOS REGIONALES DE HISTORIA

TEXTBOOKS AS MEMORIAL TEXTS: NOTES ON GERMAN IMMIGRATION NARRATIVES IN REGIONAL HISTORY TEXTBOOKS

LES MANUELS SCOLAIRES COMME TEXTES DE MEMOIRE: REMARQUES SUR LES RECITS DE L'IMMIGRATION ALLEMANDE DANS LES MANUELS SCOLAIRES REGIONAUX D'HISTOIRE

RESUMO

Esse artigo analisa narrativas sobre imigração alemã “dadas a ler” em livros didáticos regionais sobre Santa Catarina, publicados entre 1920 e 1994. Os livros didáticos são aqui compreendidos como “textos de memória” e é por meio dessa chave de leitura que foram analisados. Tal como os antigos palimpsestos, são pensados como registros de memórias de diferentes temporalidades, que evidenciam esforços do presente na reelaboração do passado e indicam determinadas formas de interpretar que resistem ao tempo. Esse arco teórico-metodológico acompanha as reflexões apresentadas no livro Schulbuch und Erster Weltkrieg, publicado pelo Georg-Eckert-Institut für Schulbuchforschung. Apresentamos um breve resumo desse livro à guisa de introdução ao exercício proposto, qual seja: a partir da análise da escrita da História escolar, dotar de inteligibilidade o modo em que as narrativas sobre a vinda dos imigrantes alemães para Santa Catarina no século XIX foram elaboradas, alteradas, reiteradas no decorrer do século XX, indicando interpretações e memórias na composição de um traçado narrativo para a história desse Estado e de suas gentes. Uma das singularidades da questão diz respeito ao contingente de imigrantes europeus que se estabeleceram no Sul do país no decorrer do século XIX. Do traçado narrativo da historiografia didática sobre a vinda dos alemães para Santa Catarina destacamos dois eventos: (1) a vinda dos primeiros imigrantes alemães, ainda na década de 1820, e a fundação de São Pedro de Alcântara; (2) a fundação da atual cidade de Blumenau, em 1850. E, ainda, alguns traços da historiografia didática sobre as influências da cultura germânica na formação da gente catarinense. Como veremos, se São Pedro de Alcântara foi eleita para representar o passado, Blumenau busca no passado os contornos para sua afirmação no presente. Ambas atendem, contudo, à compreensão de que essa imigração se deu em prol do progresso e do desenvolvimento econômico e cultural de Santa Catarina.

Palavras-chave:
textos de memória; livros didáticos regionais; imigração alemã

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