RESUMO
O presente artigo, lastreado por algumas noções teóricas legadas por Michel Foucault, devota-se a descrever e analisar a emergência de uma nova ordem socioeducativa em Portugal após o terremoto de 1775, responsável pela reconfiguração do nexo poder-saber-verdade que havia pautado os modos de existência até então. A argumentação mobiliza um conjunto de documentos da época, por meio dos quais é possível testemunhar a constituição de uma nova arte de governar apoiada em estratégias educativas dos viventes. Assim, a ideia de população desponta como elemento central de um tipo de governamento operado pela propagação de uma racionalidade de base científica com propósitos educativos.
Palavras-chave:
terremoto de 1755; população; governamento; educação