Microfósseis não polínicos como indicadores de mudanças ambientais no Holoceno médio da Lagoa Comprida, Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, Estado do Rio de Janeiro, Brasil

Luz, Cynthia Fernandes Pinto da; Barros, Marcia Aguiar de; Misumi, Shana Yuri; Lebrão, Cynthia; Barth, Ortrud Monika

doi:10.1590/2236-8906-78/2018

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Artigo • Hoehnea 46 (01) • 2019 • https://doi.org/10.1590/2236-8906-78/2018 copiar

Microfósseis não polínicos como indicadores de mudanças ambientais no Holoceno médio da Lagoa Comprida, Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, Estado do Rio de Janeiro, Brasil

Non-pollen microfossils as indicators of environmental changes in the middle Holocene of the Lagoa Comprida, Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, Rio de Janeiro State, Brazil

Autoria SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS

RESUMO

O trabalho teve como objetivo identificar e descrever a morfologia de microfósseis não polínicos ocorrentes nos sedimentos de um testemunho retirado próximo à barra da Lagoa Comprida, Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Foram identificadas oito formas de fungos, dois tipos de algas Chlorococcales em estágio colonial, um tipo de zygósporo de alga Zygnematales, quatro de diatomáceas, um de microforaminífero, dois de cistos de dinoflagelados, um de microesclera de Porifera, um de esporo de briófita e nove de esporos de samambaias e licófitas. Informações ecológicas sobre os organismos de origem foram fornecidas para prover material de referência para a reconstrução paleoambiental ao longo do Holoceno em áreas de restinga.

Palavras-chave:
Algas; análise palinológica; esporos de samambaias; fungos

Autoria

Cynthia Fernandes Pinto da Luz ⁵5. Autora para correspondência: cyluz@yahoo.com.br

. Instituto de Botânica, Núcleo de Pesquisa em Palinologia, Avenida Miguel Stéfano, 3.687, 04301-902 São Paulo, SP, Brasil Instituto de BotânicaBrazilSão Paulo, SP, Brazil. Instituto de Botânica, Núcleo de Pesquisa em Palinologia, Avenida Miguel Stéfano, 3.687, 04301-902 São Paulo, SP, Brasil

http://orcid.org/0000-0001-7908-155X

Marcia Aguiar de Barros

. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Departamento de Geologia, Laboratório de Palinologia, CCMN, J2-19, Ilha do Fundão, 21949-900 Rio de Janeiro, RJ, BrasilUniversidade Federal do Rio de JaneiroBrazilRio de Janeiro, RJ, Brazil. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Departamento de Geologia, Laboratório de Palinologia, CCMN, J2-19, Ilha do Fundão, 21949-900 Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Shana Yuri Misumi

http://orcid.org/0000-0002-7928-6173

Cynthia Lebrão
1 . Parte da Dissertação de Mestrado da quarta Autora

Ortrud Monika Barth

. Instituto Oswaldo Cruz, Fiocruz, Departamento de Virologia, Avenida Brasil, 4365, 21045-900 Rio de Janeiro, RJ, BrasilInstituto Oswaldo CruzBrazilRio de Janeiro, RJ, Brazil. Instituto Oswaldo Cruz, Fiocruz, Departamento de Virologia, Avenida Brasil, 4365, 21045-900 Rio de Janeiro, RJ, Brasil

http://orcid.org/0000-0002-2418-8605

5. Autora para correspondência: cyluz@yahoo.com.br

1
. Parte da Dissertação de Mestrado da quarta Autora

SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS

Figuras | Tabelas

Figuras (6)
Tabelas (2)

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Figura 1
Mapa de localização do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, Rio de Janeiro, Brasil, e da Lagoa Comprida (demarcada pelo quadrado vermelho). O ponto vermelho representa o local de retirada do testemunho JURU T1 na barra da Lagoa Comprida.

Figure 1
Map of Jurubatiba Sandbank National Park, Rio de Janeiro, Brazil, and Lagoa Comprida (demarcated by the red square). The red dot represents the prospection place of the JURU T1 core in the bar of Lagoa Comprida.

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Figura 2
Frequência de ocorrência dos microfósseis não polínicos pela presença registrada nas quinze amostras do testemunho JURU T1 da Lagoa Comprida, Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, Rio de Janeiro, Brasil.

Figure 2
Frequency of occurrence of non-pollen microfossils by the presence recorded in the fifteen samples of JURU T1 core of the Lagoa Comprida, Jurubatiba Sandbank National Park, Rio de Janeiro, Brazil.

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Figura 3
Frequência de ocorrência dos esporos de briófitas, licófitas e samambaias pela presença registrada nas quinze amostras do testemunho JURU T1 da Lagoa Comprida, relacionando-os às fitofisionomias onde ocorrem atualmente no Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba.

Figure 3
Frequency of occurrence of bryophytes, lycophytes and ferns spores by the presence recorded in the fifteen samples of the JURU T1 core of Lagoa Comprida, relating them to the phytophysiognomies where they currently occur in the Jurubatiba Sandbank National Park.

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Figuras 4-15
Fotomicrografias dos palinomorfos observados nos sedimentos do testemunho JURU T1 da Lagoa Comprida, Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, Rio de Janeiro, Brasil. 4-11. Fossil fungi. 4. Biporisporites. 5. Brachysporisporites. 6. Dicellaesporites. 7. Dictyosporites. 8. Frasnacritetrus. 9. Inapertisporites. 10. Monoporisporites. 11. Spegazzinites tetradus. 12-15. Algas continentais Chlorococcales. 12. Pediastrum. 13-14. Botryococcus. 15. Mougeotia. Barras = 10 µm.

Figures 4-15
Photomicrographs of the palynomorphs observed in the sediments of the JURU T1 core samples of Lagoa Comprida, Jurubatiba Sandbank National Park, Rio de Janeiro, Brazil. 4-11. Fossil fungi. 4. Biporisporites. 5. Brachysporisporites. 6. Dicellaesporites. 7. Dictyosporites. 8. Frasnacritetrus. 9. Inapertisporites. 10. Monoporisporites. 11. Spegazzinites tetradus. 12-15. Chlorococcales continental algae. 12. Pediastrum. 13-14. Botryococcus. 15. Mougeotia. Scale bars = 10 µm.

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Figuras 16-27
Fotomicrografias dos palinomorfos observados nos sedimentos do testemunho JURU T1 da Lagoa Comprida, Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, Rio de Janeiro, Brasil. 16-20. Diatomáceas. 16. Diploneis. 17-18. Paralia sulcata. 19. Triceratium. 20. Terpsinoë. 21-24. Dinoflagelados. 21-23. Operculodinium centrocarpum. 24. Spiniferites. 25. Microforaminífero. 26-27. Microsclera de porífero. Barras = 10 µm.

Figures 16-27
Photomicrographs of the palynomorphs observed in the sediments of the JURU T1 core samples of Lagoa Comprida, Jurubatiba Sandbank National Park, Rio de Janeiro, Brazil. 16-20. Diatoms. 16. Diploneis. 17-18. Paralia sulcata. 19. Triceratium. 20. Terpsinoë. 21-24. Dinoflagellates. 21-23. Operculodinium centrocarpum. 24. Spiniferites. 25. Microforaminifer. 26-27. Spicule of porifera. Scale bars = 10 µm.

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Figuras 28-39
Fotomicrografias dos palinomorfos observados nos sedimentos do testemunho JURU T1 da Lagoa Comprida, Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, Rio de Janeiro, Brasil. 28. Briófita, Sphagnum. 29. Licófita, Lycopodiella alopecuroides. 30-39. Samambaias. 30. Cyathea. 31-32. Osmunda. 33. Blechnum. 34. Pteridium. 35. Serpocaulon. 36. Thelypteris. 37-38. Lygodium. 39. Acrostichum. Barras = 10 µm.

Figures 28-39
Photomicrographs of the palynomorphs observed in the sediments of the JURU T1 core samples of Lagoa Comprida, Jurubatiba Sandbank National Park, Rio de Janeiro, Brazil. 28. Bryophyte, Sphagnum. 29. Lycophyte, Lycopodiella alopecuroides. 30-39. Ferns. 30. Cyathea. 31-32. Osmunda. 33. Blechnum. 34. Pteridium. 35. Serpocaulon. 36. Thelypteris. 37-38. Lygodium. 39. Acrostichum. Scale bars = 10 µm.

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Tabela 1
Descrição sedimentológica do testemunho JURU T1 (Lagoa Comprida, Parque Nacional de Jurubatiba - PARNA Jurubatiba - Macaé, RJ), conforme a granulometria, cor dos sedimentos, conteúdo macroscópico de restos vegetais e presença de raízes.

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Tabela 2
Datações ¹⁴C anos AP e cal anos AP (2σ = 95%) do testemunho JURU T1 (Lagoa Comprida, Parque Nacional de Jurubatiba - PARNA Jurubatiba - Macaé, RJ).

Figura 1 Mapa de localização do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, Rio de Janeiro, Brasil, e da Lagoa Comprida (demarcada pelo quadrado vermelho). O ponto vermelho representa o local de retirada do testemunho JURU T1 na barra da Lagoa Comprida.
Figure 1 Map of Jurubatiba Sandbank National Park, Rio de Janeiro, Brazil, and Lagoa Comprida (demarcated by the red square). The red dot represents the prospection place of the JURU T1 core in the bar of Lagoa Comprida.

Fonte: Acervo do Núcleo de Pesquisa em Palinologia.Source: Collection of the Núcleo de Pesquisa em Palinologia.

Figura 2 Frequência de ocorrência dos microfósseis não polínicos pela presença registrada nas quinze amostras do testemunho JURU T1 da Lagoa Comprida, Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, Rio de Janeiro, Brasil.
Figure 2 Frequency of occurrence of non-pollen microfossils by the presence recorded in the fifteen samples of JURU T1 core of the Lagoa Comprida, Jurubatiba Sandbank National Park, Rio de Janeiro, Brazil.

Figura 3 Frequência de ocorrência dos esporos de briófitas, licófitas e samambaias pela presença registrada nas quinze amostras do testemunho JURU T1 da Lagoa Comprida, relacionando-os às fitofisionomias onde ocorrem atualmente no Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba.
Figure 3 Frequency of occurrence of bryophytes, lycophytes and ferns spores by the presence recorded in the fifteen samples of the JURU T1 core of Lagoa Comprida, relating them to the phytophysiognomies where they currently occur in the Jurubatiba Sandbank National Park.

Figuras 4-15 Fotomicrografias dos palinomorfos observados nos sedimentos do testemunho JURU T1 da Lagoa Comprida, Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, Rio de Janeiro, Brasil. 4-11. Fossil fungi. 4. Biporisporites. 5. Brachysporisporites. 6. Dicellaesporites. 7. Dictyosporites. 8. Frasnacritetrus. 9. Inapertisporites. 10. Monoporisporites. 11. Spegazzinites tetradus. 12-15. Algas continentais Chlorococcales. 12. Pediastrum. 13-14. Botryococcus. 15. Mougeotia. Barras = 10 µm.
Figures 4-15 Photomicrographs of the palynomorphs observed in the sediments of the JURU T1 core samples of Lagoa Comprida, Jurubatiba Sandbank National Park, Rio de Janeiro, Brazil. 4-11. Fossil fungi. 4. Biporisporites. 5. Brachysporisporites. 6. Dicellaesporites. 7. Dictyosporites. 8. Frasnacritetrus. 9. Inapertisporites. 10. Monoporisporites. 11. Spegazzinites tetradus. 12-15. Chlorococcales continental algae. 12. Pediastrum. 13-14. Botryococcus. 15. Mougeotia. Scale bars = 10 µm.

Figuras 16-27 Fotomicrografias dos palinomorfos observados nos sedimentos do testemunho JURU T1 da Lagoa Comprida, Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, Rio de Janeiro, Brasil. 16-20. Diatomáceas. 16. Diploneis. 17-18. Paralia sulcata. 19. Triceratium. 20. Terpsinoë. 21-24. Dinoflagelados. 21-23. Operculodinium centrocarpum. 24. Spiniferites. 25. Microforaminífero. 26-27. Microsclera de porífero. Barras = 10 µm.
Figures 16-27 Photomicrographs of the palynomorphs observed in the sediments of the JURU T1 core samples of Lagoa Comprida, Jurubatiba Sandbank National Park, Rio de Janeiro, Brazil. 16-20. Diatoms. 16. Diploneis. 17-18. Paralia sulcata. 19. Triceratium. 20. Terpsinoë. 21-24. Dinoflagellates. 21-23. Operculodinium centrocarpum. 24. Spiniferites. 25. Microforaminifer. 26-27. Spicule of porifera. Scale bars = 10 µm.

Figuras 28-39 Fotomicrografias dos palinomorfos observados nos sedimentos do testemunho JURU T1 da Lagoa Comprida, Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, Rio de Janeiro, Brasil. 28. Briófita, Sphagnum. 29. Licófita, Lycopodiella alopecuroides. 30-39. Samambaias. 30. Cyathea. 31-32. Osmunda. 33. Blechnum. 34. Pteridium. 35. Serpocaulon. 36. Thelypteris. 37-38. Lygodium. 39. Acrostichum. Barras = 10 µm.
Figures 28-39 Photomicrographs of the palynomorphs observed in the sediments of the JURU T1 core samples of Lagoa Comprida, Jurubatiba Sandbank National Park, Rio de Janeiro, Brazil. 28. Bryophyte, Sphagnum. 29. Lycophyte, Lycopodiella alopecuroides. 30-39. Ferns. 30. Cyathea. 31-32. Osmunda. 33. Blechnum. 34. Pteridium. 35. Serpocaulon. 36. Thelypteris. 37-38. Lygodium. 39. Acrostichum. Scale bars = 10 µm.

Tabela 1 Descrição sedimentológica do testemunho JURU T1 (Lagoa Comprida, Parque Nacional de Jurubatiba - PARNA Jurubatiba - Macaé, RJ), conforme a granulometria, cor dos sedimentos, conteúdo macroscópico de restos vegetais e presença de raízes.

Profundidade (cm)	Sedimentologia
0 a 65	Material lamoso, rico em matéria orgânica (fragmentos de vegetais), com presença de raízes, cor castanho escuro. Presença de areia grossa, subarredondada a arredondada (dois primeiros centímetros do topo do testemunho). Presença de poucas raizes finas entre 0-20 cm.
65 a 75	Material argiloso com matéria orgânica, cor cinza escuro. Presença de poucas raízes finas.
75 a 99	Material lamoso rico em matéria orgânica (fragmentos de vegetais), cor castanho escuro. Presença de poucas raízes finas.
99 a 120	Material argiloso com matéria orgânica (fragmentos de vegetais), cor cinza escuro. Presença de poucas raízes finas.
120 a 130	Material argiloso com fragmentos de vegetais dispersos, cor cinza médio. Presença de poucas raízes finas.
130 a 153	Material argiloso com maciço, fragmentos grandes de vegetais, cor cinza médio. Presença de poucas raízes finas entre 145-153 cm.

Tabela 2 Datações ¹⁴C anos AP e cal anos AP (2σ = 95%) do testemunho JURU T1 (Lagoa Comprida, Parque Nacional de Jurubatiba - PARNA Jurubatiba - Macaé, RJ).

Código do laboratório	¹⁴C (anos AP)	Anos calibrados (cal anos AP) (média do intervalo)	¹³C/¹²C	Profundidade (cm)	Material
Beta - 322813 (JURUT1-4)	5.710 +/- 40	6.570 a 6,410 (6.490)	-26.3‰	27-29	Sedimento orgânico
Beta - 399322 (JURUT1-7)	5.890 +/- 30	6.580 a 6,570 (6.575)	-25.8 ‰	47-49	Sedimento orgânico
Beta - 322812 (JURUT1-3)	4.700 +/- 30	5.420 a 5,320 (5.370)	-25.6‰	57-59	Sedimento orgânico
Beta - 399323 (JURUT1-6)	6.000 +/- 30	6.860 a 6,730 (6.795)	-26.2 ‰	77-79	Sedimento orgânico
Beta - 322811 (JURUT1-2)	6.090 +/- 40	7.020 a 6,860 (6.940)	-26.3‰	87-89	Sedimento orgânico
Beta - 399324 (JURUT1-5)	6.350 +/- 30	7.275 a 7,170 (7.222)	-26.1 ‰	117-119	Sedimento orgânico
Beta - 322810 (JURUT1-1)	6.140 +/- 40	6.920 a 6,910 (6.915)	-26.4 ‰	147-149	Sedimento orgânico

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[1] 5. Autora para correspondência: cyluz@yahoo.com.br