Resumo:
Entre 1576 e 1662, a Inquisição mexicana recebeu apenas quatro acusações contra sodomitas imperfeitos (homens que praticavam sexo anal com mulheres). Como a Inquisição espanhola não considerava tal prática crime contra a fé, com exceção no tribunal de Aragão, restavam apenas testemunhos coletados pelos comissários da inquisição, e o julgamento não teve prosseguimento. Por meio destes poucos testemunhos, tenta-se mostrar como práticas íntimas tornaram-se, por diversos meios, públicas e como as idéias de sexualidade permitida e proibida encontravam-se em permanente tensão sob o sacramento do matrimônio, e como os mecanismos de controle social eram moralizados através da verbalização do inominável e do nefando.
Palavras-chave:
Nefando; sodomitas imperfeitos; sexualidade.