RESUMO
Este artigo examina a ocupação e subsequente expulsão dos padres da Societé des Missions Africaines de Lyon do forte português de Uidá (Ajudá), na África Ocidental, na década de 1860. A concorrência entre os projetos de missionização católica dos portugueses e dos franceses encobria interesses coloniais de caráter nacional, mas também uma antiga disputa eclesiástica entre o padroado português e o papado romano. A contextualização da longa duração desse evento busca compreender como a comunidade local dos agudás - composta de portugueses, brasileiros e africanos libertos retornados da Bahia - reagiu diante dessa geopolítica internacional. Os dados sugerem alinhamentos variáveis dos agudás, não isentos de uma aparente tensão racial marcada pelo estigma da escravidão.
Palavras-chave:
missões católicas; catolicismo africano; agudás; Costa da Mina; Uidá