RESUMO
O texto discute as possibilidades de mobilidade econômica e social vivenciadas pela população de pardos livres em Minas Gerais na primeira metade do século XIX, quando a província possuía a segunda maior população de mestiços do Brasil. A questão foi abordada a partir da trajetória do pardo Valentim Gomes Tolentino, assentado no arraial de Santo Antônio do Paraibuna, futuro município de Juiz de Fora, na Zona da Mata Mineira, nas margens do Caminho Novo. No período em análise, a localidade destacava-se pela produção de alimentos e por uma incipiente economia cafeeira. Exercendo as atividades de tropeiro, lavrador, prestamista, fazendeiro e comerciante, Tolentino alcançou prestígio e riqueza, sendo um dos maiores proprietários de escravos de sua localidade em 1831 e possuidor de mais de uma sesmaria de terras. Ele ostentou a patente de alferes e era senhor de uma fortuna considerável quando faleceu em 1848.
Palavras-chave:
mobilidade socioeconômica; tropeiro; livres de cor; Minas Gerais; século XIX