Resumo: Este artigo tem como objetivo analisar o imaginário social em torno da fundação da ANPAE. Contudo, para efeito deste artigo, demonstrar-se-á, apenas, a presença de alguns pioneiros, docentes da Faculdade de Educação da USP, em sintonia político-educacional com a ditadura civil-militar e uma exposição da natureza e finalidade mítica nas organizações. O mito visa impedir o pensamento e garantir coesão social. Pesquisaram-se as revistas desta instituição, suas páginas eletrônicas, artigos científicos sobre a intervenção da ditadura civil-militar nas universidades. Além desses, pesquisaram-se os jornais Folha de São Paulo e Estado de São Paulo. Recorreu-se à análise crítica do discurso. Os discursos dos memorialistas sobre os pioneiros grassam perfeição e valor moral e democrático inabaláveis. Apesar do culto, alguns pioneiros serviram, desde o início, aos propósitos da ditadura como técnicos, em vários projetos educacionais em cargos-chave, e políticos, como deputado da ARENA.
Palavras-chave:
mitos fundadores da ANPAE; ditadura civil-militar; memória institucional (luto)