Resumo:
Câmara Cascudo, ao descrever o cordel, atribui a sua função poética à capacidade de "fotografar", isto é, de apresentar uma imagética por meio das palavras. Partindo da intuição de Cascudo, procuro apresentar a força da imagem produzida pela rima no cordel que, por sua vez, permite ao ouvinte-leitor imaginar e compreender mundos outros apresentados pelo poeta cordelista. Partindo desta questão empreendo uma reflexão sobre a poética do cordel demonstrando que a dimensão afetiva e cognitiva da imagem e do tropos são inseparáveis, construindo, por sua vez, a poética e o estilo discursivo enquanto algo "encorporado" (embodied) na própria natureza material da fala e da comunicação.
Palavras-chave:
Imagem; Poética; Cordel; Nordeste do Brasil; Cariri