Resumo:
O artigo discute as relações entre a sociologia e a questão social, explorando a dimensão cultural da ciência na organização da sociedade, na modernidade, na qual a sociologia é produto e produtora desta ordem. O artigo se estrutura em três partes: a primeira analisa a invenção da propriedade social do Estado na proteção social. A segunda contrapõe o homo sociologicus ao homo Œconomicus, analisando a pauperização, como o fenômeno sobre o qual se constrói a crítica ao utilitarismo. A terceira apresenta três matrizes paradigmáticas sobre a pobreza na sociedade da abundância (Tocqueville, Marx & Engels, e Simmel). Na conclusão apresenta três paradigmas (o do contrato, do direito e da dádiva), que tentam refundar a proteção social de uma perspectiva do direito incondicional de todos os cidadãos a uma renda mínima universal.
Palavras-chave:
Teoria social; Normatividade das ciências sociais; Questão social; Utilitarismo; Pobreza