A partir de uma aproximação entre o premiado romance Nur na escuridão, de Salim Miguel, que retoma a saga da família libanesa em sua imigração para o Brasil, e os manuscritos inéditos de José Miguel, pai do autor, que conta a mesma história, este artigo pretende discutir as razões da escrita e o emprego de recursos narrativos para a construção de um sentido de vida. Entre o texto de um escritor legitimado e o de um velho vendeiro que escrevia em árabe e escondeu seu caderno até a morte, há uma mesma vontade de verdade, muito embora os resultados possam ser diferentes, com destaque seja para o "típico" da experiência, seja para o que ela possui de "singular".
memórias; imigração; Salim Miguel; José Miguel