resumo
Meu objetivo neste artigo é pensar A hora da estrela, de Clarice Lispector, a partir de duas instâncias éticas: uma da escrita e da literatura e outra do encontro incontornável com a alteridade, ambas à luz do que estou chamando de uma crítica nordestina. Na primeira, pretendo discorrer sobre as relações da obra com o contexto brasileiro dos anos 1970 e como Clarice Lispector responde a uma “demanda de engajamento”, problematizando e reinscrevendo a literatura e sua autonomia em face de um contexto por demais pregnante; na outra, objetivo demonstrar como a primeira se constitui sobre uma delimitação precisa, identitária, da alteridade de Macabéa e de sua nordestinidade.
Palavras-chave:
literatura brasileira contemporânea; ética da escrita; alteridade; interculturalidade; Clarice Lispector