Resumo
Este artigo se propõe a observar alguns aspectos do uso de imagens esféricas no conto “De forno a forno”, de Rubens Figueiredo. A proposição é verificar de que modo essas imagens contribuem na apresentação e na reiteração da banalidade e da intransitividade social do cotidiano da camada mais pobre da população retratadas na obra de Figueiredo, dentro de uma perspectiva do círculo como algo que simboliza o imutável, sem começo nem fim, nem variações. A utilização e a articulação das imagens esféricas no conto, assim como a própria estrutura circular adotada por Figueiredo na construção da narrativa, propõem, a nosso ver, um cerco e uma manutenção das classes sociais retratadas, consequentemente uma espécie de impedimento de transposição dessas classes, tanto socialmente quanto de pensamento.
Palavras-chave:
“De forno a forno”; imagens esféricas; intransitividade social; Rubens Figueiredo