Resumo:
A finalidade deste artigo é bastante pontual e específica: evidenciar os problemas do tratamento acrítico dado à psicologia por Brian Leiter em seu recente Moral Psychology with Nietzsche (2019). O autor inclui, sem se empenhar em qualquer discussão metodológica, a psicologia no rol do que chama de “ciências bem-sucedidas”, tomadas como i) certificadoras do m-naturalismo nietzschiano; ii) dotadas de primazia sobre a própria filosofia na determinação do que é um “raciocínio filosófico” significativo; iii) fornecedoras de um amplo e inconteste corpo de evidências de que a psicologia moral de Nietzsche “está certa” em relação a teses profundamente complexas. Minha exposição consiste em mapear a construção conceitual desse m-naturalismo, e, posteriormente, evidenciar que não há, na psicologia empírica contemporânea, nada próximo da caracterização pretendida por Leiter.
Palavras-chave:
Leiter; Nietzsche; naturalismo; ciência; psicologia