OBJETIVO: Caracterizar a ortografia de alunos de escolas públicas e particulares e apresentar ferramenta de ditado de palavras de fácil aplicação para o contexto clínico e educacional. MÉTODOS: Participaram deste estudo 82 alunos de 4º ano do Ensino Fundamental da Grande São Paulo, de 9 a 10 anos. O ditado consistiu de dez palavras de alta frequência (PAF), dez de baixa frequência (PBF) e dez pseudopalavras (PP), a partir do qual se analisou a tipologia e o número de erros ortográficos. Foi realizada análise estatística dos resultados e para comparar os números médios de erros entre as PAF, PBF e PP, utilizou-se a Análise de Variância e o método de comparações múltiplas de Tukey (p<0,05). Pela técnica de Análise de Agrupamentos formou-se grupos homogêneos de acordo com seu desempenho. RESULTADOS: As análises Indicaram que o número médio de erros nas PBF é maior que nas PAF (p=0,000) e que nas PP (p=0,000); o número de erros nas PAF é menor que nas PP (p=0,009). Maior número de erros ocorreu nos tipos "Outros", "Generalização de Regra", "Omissão", "Surdas-Sonoras" e "Acréscimo". Não houve erros do tipo "Ão-Am" em nenhuma das palavras e de "Junção-Separação" nas PAF. CONCLUSÃO: Erros fazem parte do processo de aprendizagem da escrita. Os alunos podem apresentar alguma variabilidade no domínio da ortografia, para tanto devem ser estimulados a analisar palavras em seus aspectos fonológicos, morfológicos e semânticos. A análise a partir dos tipos de erros não é suficiente para pensar a intervenção. É necessário que se compreenda as estratégias que a criança utiliza para escrever.
Testes de linguagem; Aprendizagem; Estudos de linguagem; Educação; Escrita manual