OBJETIVO:
Avaliar a relação entre a configuração do segmento faringoesofágico (SFE) e a espectrografia acústica nas vozes traqueoesofágicas (TE).
Métodos:
Participaram 30 sujeitos laringectomizados totais com fonação TE, que se submeteram à gravação da vogal /a/, para análise espectrográfica acústica, e ao exame videofluoroscópico (VF), durante a deglutição e a fonação. A análise espectrográfica foi feita pela avaliação visual do tipo do traçado e classificado como Tipo I, II, III ou IV. No exame, foi avaliado o grau de contato da proeminência do SFE com sua parede anterior, definido como ausente/leve (hipocontato), moderado (contato normal) e intenso (hipercontato); e mensurados: distância anteroposterior (DAP), comprimento do SFE (cSFE); área do reservatório de ar (área AR); área do SFE na deglutição (área DE) e na fonação (área FO).
RESULTADOS:
O tipo de sinal espectrográfico I-II caracteriza-se por contato normal; Tipo III, hipercontato; e Tipo IV, hipocontato. O grupo com sinal Tipo I-II apresenta DAP maior e cSFE menor do que o Tipo IV. Há correlação entre DAP maior e cSFE menor.
CONCLUSÃO:
Os sinais espectrográficos Tipo I e II caracterizam o SFE com contato normal; Tipo III, com hipercontato e Tipo IV, com hipocontato. SFE com contato normal, curtos e com DAP maior caracterizam as melhores vozes TE. Somente o grau de contato da proeminência do SFE com sua parede anterior diferencia SFE com contato normal de segmentos com hipercontato.
Voz; Fístula traqueoesofágica; Espectrografia; Acústica; Laringectomia/reabilitação; Fluoroscopia/métodos