OBJETIVO:
Verificar a origem de um processo terapêutico mais longo ou até com insucesso de pacientes com fissura labiopalatina quanto à sua dificuldade de fala.
MÉTODOS:
Foram observadas 18 crianças em processo terapêutico há pelo menos seis meses, divididas em dois grupos: com fissura labiopalatina isolada (grupo I), e com diagnóstico fonoaudiológico de transtorno de leitura e escrita com manifestação de déficit da consciência fonológica (grupo II). Aplicaram-se dois testes para avaliação de fala e linguagem: ABFW - Teste de Linguagem Infantil (área de Fonologia) e Consciência Fonológica: Instrumento de Avaliação Sequencial (CONFIAS).
RESULTADOS:
No ABFW, o grupo I apresentou porcentagens maiores do que o grupo II, menos nas variáveis "simplificação de encontro consonantal" e "ensurdecimento de plosiva". Também observou-se que, para o processo de omissão, grupo I dificilmente omite as vibrantes como ocorreu no grupo II. No CONFIAS nível sílaba as porcentagens do grupo I tendem a ser maiores que as do grupo II, com exceção das tarefas "sílaba medial", "produção de rima" e "exclusão". No nível do fonema, as porcentagens do grupo II tendem a ser maiores do que no grupo I, com exceção das tarefas: "inicia com som dado", "exclusão", "síntese" e "segmentação", mesmo sem diferença significativa entre as distribuições da porcentagem nos grupos I e II (p>0,118).
CONCLUSÕES:
As diferenças encontradas entre os grupos I e II, apesar de não significativas estatisticamente, podem sugerir que a presença da malformação dificulte a aquisição e o desenvolvimento da fala e linguagem, e prolongue o processo terapêutico se não realizadas intervenções diretivas, como incluir terapia de consciência fonológica.