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Zumbido em adolescentes: o início da vulnerabilidade das vias auditivas

Embora o zumbido seja um sintoma cada vez mais comum, poucos estudos avaliaram sua prevalência ou incidência entre adolescentes.

OBJETIVO:

Avaliar se a presença de zumbido em adolescentes está associada a lesões auditivas mínimas, avaliadas por audiometria de altas frequências (AAF), emissões otoacústicas (EOA) e limiar de desconforto a sons (LDL).

MÉTODOS:

Participaram da amostra 168 alunos adolescentes de uma escola particular, sendo 61,3% do gênero masculino e com média de idade de 14,1 anos (desvio padrão=2). Todos responderam a um questionário sobre zumbido e hipersensibilidade auditiva (intolerância a sons) e foram submetidos à otoscopia, audiometria tonal convencional e de frequências acima de 8.000 Hz, LDL, EOA transientes (EOAT) e produto de distorção (EOAPD) e acufenometria (esta apenas naqueles com zumbido). Em seguida, foram divididos em três grupos: Sem Zumbido (n=73; 43,4%), Zumbido Esporádico (n=47; 28%) e Zumbido Constante (n=48; 28,6%).

RESULTADOS:

Não houve diferença significativa entre os grupos em relação aos limiares da audiometria nas frequências de 250 a 16.000 Hz, nem nas EOAT ou EOAPD. Entretanto, o LDL dos adolescentes com zumbido constante foi significativamente menor do que o dos demais grupos, sugerindo hipersensibilidade auditiva.

CONCLUSÃO:

Não houve evidência de alterações auditivas mínimas na audiometria e EOA. Entretanto, a diminuição do LDL em jovens com zumbido constante sugere que suas cócleas sejam mais sensíveis. Portanto, esse pode ser o primeiro sinal de vulnerabilidade a sons, mas o acompanhamento desses adolescentes a médio prazo poderá demonstrar se tais regiões entrarão em processo de comprometimento funcional, alterando os limiares audiométricos e as EOA.

Zumbido; Adolescente; Audiometria; Hiperacusia


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