RESUMO
Objetivo
caracterizar e comparar os aspectos funcionais da deglutição e indicadores clínicos na população com traumatismo cranioencefálico (TCE) em unidade de terapia intensiva.
Método
Participaram do estudo 113 adultos com diagnóstico de TCE. As etapas de coleta de dados envolveram: a avaliação fonoaudiológica clínica do risco de broncoaspiração, determinação do nível funcional da deglutição (American Speech-Language-Hearing Association National Outcome Measurement System – ASHA NOMS), determinação da gravidade clínica do indivíduo de acordo com a Sequential Organ Failure Assessment (SOFA).
Resultados
Após a aplicação dos critérios de inclusão, os pacientes selecionados foram agrupados de acordo com os níveis funcionais de deglutição: níveis 1 e 2 – ASHA1 (n=25); níveis 3, 4 e 5 – ASHA2 (n=37); níveis 6 e 7 – ASHA3 (n=51). As análises estatísticas indicaram os seguintes resultados significantes: o grupo ASHA3 apresentou menor gravidade do TCE no momento da avaliação fonoaudiológica, menor tempo de intubação orotraqueal (um terço a menos que o grupo mais grave), ficou menos tempo hospitalizado e necessitou de menos sessões de atendimento fonoaudiológico para o retorno seguro para via oral de alimentação. Os sinais clínicos preditores de broncoaspiração que mais diferenciaram os grupos foi a presença de ausculta cervical alterada e presença de tosse após a deglutição, sendo que o grupo ASHA3 apresentou esses sinais com menor frequência.
Conclusão
O escore SOFA e o tempo de intubação orotraqueal foram indicadores do prognóstico da funcionalidade da deglutição. A presença ausculta cervical alterada e tosse foram preditores clínicos de disfagia.
Descritores
Deglutição; Transtornos da Deglutição; Traumatismos Craniocerebrais; Pneumonia Aspirativa; Unidades de Terapia Intensiva; Fonoaudiologia