Resumo
Fundamentos:
Há uma discrepância entre protocolos utilizados para o diagnóstico da hipertensão infantil, sendo o mais indicado a aferição da pressão arterial em pelo menos três momentos distintos.
Objetivo:
Identificar a prevalência de hipertensão arterial em crianças, e realizar associação com a variável estado nutricional.
Métodos:
Trata-se de um estudo longitudinal, que incluiu todas as crianças de 7 a 10 anos matriculadas nas escolas públicas e que apresentaram autorização dos responsáveis, totalizando 722 crianças. Na primeira avaliação, a família da criança respondeu a um questionário, e a criança foi submetida às análises antropométrica e hemodinâmica. A pressão arterial foi aferida três vezes em três momentos distintos. Crianças que apresentaram pressão arterial elevada no primeiro momento foram reavaliadas em um segundo momento; aquelas que permaneceram com pressão arterial elevada foram reavaliadas em um terceiro momento.
Resultados:
A prevalência de pressão arterial elevada no primeiro momento foi de 8,1%, no segundo foi de 3,2% e no terceiro de 2,1%. O estado nutricional esteve associado de forma significante ao aumento das médias das pressões arteriais sistólica e diastólica, sendo maiores nas crianças com sobrepeso e obesidade. As crianças classificadas como obesas, em todos os momentos, foram as que apresentaram maior prevalência de pressão arterial elevada.
Conclusão:
Com aferições da pressão arterial de crianças em diferentes momentos foi possível a redução dos casos falsos-positivos para hipertensão arterial. O estado nutricional esteve diretamente relacionado ao aumento dos valores pressóricos. Realizar as medições em consultas rotineiras torna-se fundamental para o diagnóstico e a intervenção precoce.
Palavras-chave:
Criança; Hipertensão / epidemiologia; Prevalência; Sobrepeso; Obesidade; Estado Nutricional