Resumo
Fundamento:
A hipertensão arterial é o principal fator de risco cardiovascular. A qualidade técnica dos esfigmomanômetros é condição fundamental para obtenção da correta medida da pressão arterial.
Objetivos:
Avaliar o perfil dos esfigmomanômetros disponíveis nos serviços de urgências de Belo Horizonte, Minas Gerais.
Métodos:
Realizamos um estudo transversal, observacional e não intervencionista para avaliar o perfil dos esfigmomanômetros disponíveis nos prontos atendimentos de adultos de hospitais públicos e privados do município de Belo Horizonte. Avaliamos 337 aparelhos de 25 hospitais, sendo 15 públicos (do total de 16) e 10 privados (do total de 12).
Resultados:
Foram observadas inadequações dos equipamentos em relação à validação pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia - INMETRO, em 26% (88/337) dos equipamentos; calibração vencida em 39% (132/337) e não correspondência de marca aparelho/braçadeira em 54% (188/337). Em 13 dos 25 hospitais (52%), não havia disponibilidade de manguitos para braços de diferentes tamanhos além do padrão. Houve superioridade de adequação dos aparelhos aneroides e de mercúrio dos hospitais privados (p = 0,038 e p < 0,001, respectivamente) e dos eletrônicos nos públicos (p < 0,001).
Conclusão:
Conclui-se que 78% dos esfigmomanômetros disponíveis nos serviços de urgência/emergência de uma das maiores capitais brasileiras apresentavam inadequações técnicas, e em metade dos serviços não havia manguitos de diferentes tamanhos. Tal fato representa um alerta para a situação dos equipamentos disponíveis para atendimento da população no país.
Palavras-chave:
Hipertensão; Esfigmomanômetros; Serviços Médicos de Emergência; Hospitais Públicos; Hospitais Privados; Falha de Equipamento