Resumo
Fundamentos:
A medida da pressão arterial é recomendada em toda avaliação médica, independente da especialidade. É um procedimento simples e de fácil realização, mas frequentemente negligenciado e realizado de forma incorreta.
Objetivo:
Avaliar se a medida da pressão arterial estava sendo realizada rotineiramente e comparar os valores encontrados por medida rotineira em consulta ambulatorial às medidas realizadas, seguindo a técnica adequada.
Métodos:
Estudo transversal e observacional que incluiu pacientes adultos (> 18 anos) atendidos nos ambulatórios de especialidades clínicas e cirúrgicas de um hospital universitário. Os sujeitos responderam a questionário específico e, em seguida, foram submetidos a três medidas de pressão arterial, seguindo as recomendações das diretrizes vigentes, por equipe treinada. Seguiram para o atendimento ambulatorial e após o término, foi verificado em prontuário se a pressão arterial foi aferida e, em caso positivo, anotou-se o valor desta aferição.
Resultados:
Foram selecionados consecutivamente 129 pacientes com idade média de 53 anos (± 15,92) e predomínio do sexo feminino (61,2%). A maioria foi atendida em especialidades clínicas (70,5%) e 49,6% referiram diagnóstico prévio de hipertensão arterial sistêmica. A pressão arterial não foi aferida em 38,8% dos atendimentos, sendo mais frequente nas especialidades cirúrgicas (72,5% vs. 27,5%; p < 0,001). O diagnóstico prévio de hipertensão arterial sistêmica não influenciou na chance de um paciente ter sua pressão aferida (p = 0,082). Não houve diferença entre a pressão arterial aferida pelos pesquisadores e aquelas realizadas em consulta (118 mmHg vs. 117 mmHg; p = 0,651; 72 mmHg vs. 75 mmHg; p = 0,055).
Conclusões:
A pressão arterial dos pacientes não foi aferida em um grande número de atendimentos, principalmente nos ambulatórios de especialidades cirúrgicas.
Palavras-chave:
Pressão Arterial; Serviço de Acompanhamento de Pacientes; Assistência Ambulatorial; Hipertensão; Consultórios Médicos