Resumo
Fundamento:
As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no Brasil. Marcadores bioquímicos possuem importância diagnóstica e prognóstica nas síndromes coronarianas agudas (SCAs), sendo a troponina o biomarcador preferido. Estudos já demonstram relação positiva entre elevação da troponina ultrassensível (TnUs) e prognóstico. Entretanto, poucos relacionam seus níveis com a complexidade das lesões coronárias.
Objetivos:
Comparar níveis de TnUs com a complexidade das lesões coronarianas pelo escore SYNTAX e relacionar os escores TIMI e GRACE com os níveis desse biomarcador em pacientes com SCA.
Métodos:
Estudo retrospectivo, transversal com 174 indivíduos com SCA. A correlação entre as variáveis foi avaliada pelo teste de correlação linear não paramétrico de Spearman e a análise estatística realizada pelo programa SPSS, com nível de significância de 5%.
Resultados:
A média de idade foi 63 anos, predominando o sexo feminino (52,9%). A maioria dos pacientes era hipertensa, não diabética e não tabagista. Dos pacientes avaliados, 19,0% apresentaram IAM com SST, 43,1% IAM sem SST e 36,8% angina instável. A maioria encontrava-se em Killip 1 (82,8%). A mediana de TnUs foi de 67pg/ml. As medianas dos escores de risco foram de 3, 121 e 3 pontos nas escalas TIMI, GRACE e SYNTAX, respectivamente. Houve correlação da taxa de TnUs com os escores SYNTAX (p < 0,001, r = 0,440), TIMI (p < 0,001, r = 0,267) e GRACE (p = 0,001, r = 0,261).
Conclusão:
Encontrada correlação linear positiva entre os níveis de TnUs e complexidade das lesões coronarianas, assim como entre esse biomarcador e os escores clínicos TIMI e GRACE.
Palavras-chave:
Síndrome Coronariana Aguda; Troponina; Doenças Cardiovasculares / Mortalidade; Infarto do Miocárdio; Hospitalização / Economia