Resumo:
Introdução
Estudos apontam que adolescentes têm apresentado maior vulnerabilidade para o desenvolvimento de problemas relacionados à saúde mental. Observa-se, no entanto, uma escassez de pesquisas que tratam da experiência do sofrimento psíquico nessa população, bem como da atenção à saúde mental direcionada aos adolescentes e seus familiares, incluindo a vivência da crise.
Objetivo
O objetivo do estudo foi identificar a compreensão de familiares de adolescentes usuários de um Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPSij) sobre as situações de crise vivenciadas pelos adolescentes e sobre a trajetória percorrida em busca de cuidados.
Método
Participaram cinco familiares de adolescentes vinculados a um CAPSij, que concederam entrevistas abertas com base no método de história oral, cujos produtos foram posteriormente trabalhados por meio de análise temática.
Resultados
Os resultados indicam que a vivência da crise do adolescente faz emergir sentimentos de medo, perplexidade e culpa nos familiares. Entretanto, tal experiência também é apontada como motivo de maior vínculo entre ambos. Observou-se relatos que relacionam a crise do adolescente à vivência de adversidades familiares e, além disso, embora indiquem a ausência de internações psiquiátricas no processo de cuidado, revelam dificuldades nas trocas com os profissionais e serviços, que facilitem a compreensão da situação, ainda que reconheçam como positivo o apoio dos mesmos nos momentos críticos.
Conclusão
O estudo contribui apresentando a compreensão da crise pela voz dos familiares de adolescentes e identifica as percepções da experiência de cuidado nos serviços, reforçando a importância do lugar da família na atenção à saúde mental de adolescentes.
Palavras-Chave:
Saúde Mental; Adolescência; Família