RESUMO
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS:
A doença de Parkinson leva a movimentos mandibulares que afetam o ciclo mastigatório e induzem a dor orofacial, uma das principais alterações clínicas encontradas na disfunção temporomandibular. Sendo assim, o presente estudo objetivou analisar os possíveis fatores associados à disfunção temporomandibular e verificar a frequência da disfunção nessa população.
MÉTODOS:
Trata-se de um estudo de corte transversal, no qual os participantes foram avaliados com o Critério de Diagnóstico para pesquisa em disfunção temporomandibular, utilizado para classificar a disfunção temporomandibular e obter, através do exame físico e autorrelato, as variáveis estudadas.
RESULTADOS:
Foram avaliadas 139 pessoas com doença de Parkinson. Dessas, 77 encontraram-se dentro dos critérios de elegibilidade, sendo que 70% da amostra era do sexo masculino, com média de idade de 62±9 anos, tempo de diagnóstico da doença de Parkinson de 6±4 anos e com 71% da amostra no estágio moderado. Não foram encontradas associações significativas entre a idade, sexo, tempo e estágio da doença com a disfunção temporomandibular. Das variáveis analisadas, os resultados significativos mostraram que a presença de dor (OR=10,92; IC95%=2,25-59,93; p<0,001) representa uma maior chance de desenvolver a disfunção temporomandibular, a crepitação (Kappa=0,34; p<0,004) reflete uma precisão moderada na classificação do transtorno da articulação temporomandibular e o estalido (valor preditivo negativo=77%; p<0,032) aumenta a probabilidade de ter a disfunção temporomandibular.
CONCLUSÃO:
Neste estudo, a frequência de disfunção temporomandibular foi de 30% e verificou-se que os fatores associados à disfunção em pessoas com doença de Parkinson foram dor, estalido e crepitação.
Descritores:
Doença de Parkinson; Dor facial; Dor referida; Ruídos; Transtornos da articulação temporomandibular